China deixa de exigir testes negativos de Covid-19 para entrada no país
Mudança faz parte da tentativa de Pequim, iniciada em dezembro do ano passado, de amenizar as políticas restritivas conhecidas como "Covid zero"
O Ministério das Relações Exteriores chinês anunciou nesta segunda-feira, 28, que deixará de exigir testes com resultados negativos para Covid-19 nos próximos dias para entrada de visitantes na China. A mudança faz parte da tentativa de Pequim, iniciada em dezembro do ano passado, de amenizar as políticas restritivas conhecidas como “Covid zero”, que exigiam confinamentos rígidos e testes em massa para controlar a propagação do coronavírus.
Entre abril a junho de 2022, a cidade de Xangai isolou os seus 25 milhões de residentes, obrigando que fizessem constantes testes. As impopulares medidas restritivas, que se estenderam ao longo dos meses, levaram a protestos em Pequim, Xangai, Guangzhou e Nanjing em novembro.
Além do desagrado da população, a preocupação com o alastramento do vírus teve um efeito rebote no desenvolvimento do país. A política foi responsável por desacelerar o crescimento da economia chinesa, a segunda maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Aumento de desemprego e a saída de investidores estrangeiros agravaram o cenário comercial do país, já afetado pelos desentendimentos diplomáticos com o Ocidente.
+ Fim de restrições à Covid causaram 2 milhões de mortes a mais na China
Focada na recuperação econômica, a China reduziu as restrições para cidadãos que viajassem para o exterior desde janeiro, ao passo que ampliou a lista de nações que chineses poderiam escolher como destino, incluindo o aumento da frota de voos internacionais, nos últimos meses. O novo passo, que põe fim na comprovação de testes negativos para entrar no país, será aplicado a partir desta quarta-feira, 30.
Até o momento, os turistas eram obrigados a permanecer em isolamento por semanas em hotéis selecionados pelo governo. Em casos extremos, os viajantes poderiam ser trancados nos prédios para evitar a disseminação da Covid-19 no país, que chegou a registrar 80 mil mortes diárias.
Um estudo americano, contudo, apontou que as mudanças de Xi Jinping, alavancaram o mortes por Covid nas províncias do país, com exceção de Tibete. Divulgada na última sexta-feira, a pesquisa realizada pelo Fred Hutchinson Cancer Center e publicada no JAMA Network Open alega que o número de vítimas superou as expectativas do governo, alcançando a marca de quase 2 milhões em janeiro e fevereiro.