China contra-ataca e acusa EUA de ‘violar gravemente’ trégua comercial
Pequim respondeu às declarações de Donald Trump sobre trégua comercial alcançada em maio

Após os Estados Unidos acusarem a China de violar um consenso sobre a guerra comercial, Pequim contra-atacou e acusou Washington de “violar gravemente” a frágil trégua entre os países, em vigor há menos de um mês. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês afirmou nesta segunda-feira, 2, que o governo de Donald Trump prejudicou seriamente” o acordo feito durante negociações em Genebra, quando ambos os países reduziram tarifas sobre produtos importados um do outro.
Segundo Pequim, as violações incluem interrupção de vendas de software de design de chips de computador para empresas chinesas, alertas contra o uso de chips feitos pela gigante tecnológica chinesa Huawei e o cancelamento de vistos para estudantes chineses.
“O governo dos EUA provocou unilateral e repetidamente novos atritos econômicos e comerciais, exacerbando a incerteza e a instabilidade nas relações econômicas e comerciais bilaterais”, disse o ministério em um comunicado.
Segundo o porta-voz, as ações dos EUA também violaram gravemente o consenso alcançado durante um telefonema em janeiro entre Xi Jinping e Donald Trump.
Na sexta-feira, Trump também anunciou que iria dobrar tarifas de importação de aço e alumínio para 50%. Embora a China seja a maior produtora e exportadora de aço do mundo, exporta muito pouco para os Estados Unidos após uma tarifa de 25% imposta em 2018, que excluiu a maior parte do aço chinês do mercado. A China ocupa o terceiro lugar entre os fornecedores de alumínio.
A decisão foi anunciada pouco depois do republicano afirmar, também na sexta, que a China havia “violado totalmente o acordo conosco”.
O presidente dos EUA não deu detalhes de como a China teria violado o acordo, mas o representante comercial Jamieson Greer afirmou posteriormente que a China não estava removendo barreiras não tarifárias, conforme acordado. No âmbito da trégua comercial firmada em Genebra, os EUA reduziram as tarifas impostas sobre produtos da China de 145% para 30%. As tarifas retaliatórias da China sobre produtos americanos caíram de 125% para 10%.
As fortes declarações de ambos os lados levantaram preocupações de que as tensões comerciais possam aumentar novamente entre as duas maiores economias do mundo, apesar das negociações recentes.