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Chile sobe tom com Maduro após expulsão de diplomatas: ‘Regime ditatorial’

Ministro das Relações Exteriores do Chile criticou governo venezuelano por expulsar delegações diplomáticas dos países membros do Grupo Lima

Por Da Redação
30 jul 2024, 16h29

O ministro das Relações Exteriores do Chile, Alberto van Klaveren, criticou nesta segunda-feira, 30, a decisão do governo venezuelano de expulsar a equipe diplomática dos países membros do Grupo de Lima – Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai – depois que a comunidade internacional questionou a reeleição do presidente Nicolás Maduro.

Em entrevista ao braço da emissora americana CNN Español, Klaveren afirmou que a medida do governo venezuelano foi “uma decisão lamentável, verdadeiramente inédita”. De acordo com ele, a atitude revela o isolamento do regime de Maduro, além de “deixar um grande número de cidadãos venezuelanos completamente indefesos”. O diplomata também revelou que as relações entre Chile e Venezuela estavam “em bases muito baixas, sem precedentes, apenas típicas de regimes ditatoriais”

Apesar da fala do chanceler, o presidente chileno, Gabriel Boric, descartou a possibilidade de romper laços com a Venezuela, mesmo concordando o discurso de Klaveren. Em comunicado publicado nesta segunda, o mandatário sustentou que a decisão de expulsar diplomatas “demonstra uma grave e profunda intolerância à diferença, à crítica legítima, que são elementos essenciais numa democracia”.

“O Chile é um país de diálogo e sempre será um país de diálogo. Quando temos problemas ou desafios com outro país, o razoável, sob qualquer ponto de vista, é envidar todos os esforços em conjunto. Existem problemas em que, se não houver envolvimento de ambas as partes, simplesmente não podem ser resolvidos. O Chile nunca será um país propenso a romper relações diplomáticas”.

Boric destacou que os venezuelanos que vivem no Chile vão receber toda ajuda, apoio e assistência necessária. Segundo o mandatário, a comunidade internacional está “atenta ao que se passa no seu país, pressionando para que a vontade que manifestou nas urnas seja verdadeiramente respeitada”

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“Acredito que isso também demonstra, infelizmente, um desprezo pelas centenas de milhares de venezuelanos que vivem atualmente no Chile”, pontuou Boric, acrescentando que as eleições deveriam ser transparentes e verificadas por observadores internacionais. “Toda a discussão de adjetivos é irrelevante quando se trata de fazer cumprir o que o Chile defende como princípio de sua política externa”, observou.

Após as eleições presidenciais de domingo 28, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro como vencedor oficial da disputa com 51,2% dos votos, contra 44,2% do principal candidato da oposição, Edmundo González. No entanto, o resultado é contestado pela oposição venezuelana e pela comunidade internacional, que acusa a contagem dos votos de não ser transparente e sujeita a manipulação.

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