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Black das Blacks: VEJA com preço absurdo

Chefe da UE critica plano que ‘corta Ucrânia em pedaços’ e fala em risco de mais guerras

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, diz que proposta de paz dos EUA é 'oportunidade para progresso', mas segue 'unilateral'

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 nov 2025, 11h11 - Publicado em 26 nov 2025, 09h49

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lançou um alerta contra “cortar a Ucrânia em pedaços unilateralmente” durante um discurso ao parlamento da União Europeia em Estrasburgo nesta quarta-feira, 26, e declarou que a ameaça à soberania de uma nação europeia abriria caminho para “mais guerras”. A fala veio na esteira de esforços de uma Europa escanteada para tentar exercer influência sobre o plano dos Estados Unidos, desenhado em colaboração com a Rússia, para encerrar o conflito no Leste Europeu.

Durante o discurso, von der Leyen afirmou que Moscou não demonstra “nenhum sinal de verdadeira vontade de pôr fim ao conflito” e continua a operar com uma mentalidade inalterada desde os tempos de Yalta – a muito criticada cúpula de 1945 para estabelecer a ordem mundial pós-Segunda Guerra.

“Precisamos deixar claro que não pode haver divisão unilateral de uma nação europeia soberana e que as fronteiras não podem ser alteradas pela força. Se hoje legitimarmos e formalizarmos a violação das fronteiras, abriremos as portas para mais guerras amanhã, e não podemos permitir que isso aconteça”, declarou ela.

O discurso de von der Leyen veio após a agência de notícias Bloomberg vazar uma gravação, na qual o enviado especial de Donald Trump, Steve Witkoff, disse a um alto funcionário do Kremlin, no mês passado, que para alcançar a paz na Ucrânia seria necessário que a Rússia assumisse o controle de Donetsk. A versão original do plano previa que os ucranianos cedessem a região industrial inteira ao invasor, incluindo áreas que os russos ainda não controlam.

Críticas

A chefe da UE elogiou os esforços de Trump em direção à paz, descrevendo-os como “um ponto de partida”, mas deixou claro que a Europa tinha muitas preocupações com os detalhes delineados na versão original do plano de 28 pontos desenhado por Moscou e Washington.

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Algumas das exigências russas mais maximalistas foram posteriormente retiradas do roteiro, segundo a Ucrânia, e o presidente americano recuou em relação ao prazo de quinta-feira, 27, no feriado de Ação de Graças, para concluir o acordo em meio a poucos sinais de avanço nas negociações. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quarta que era prematuro falar sobre um acordo de paz em um futuro próximo.

Descrevendo a situação como volátil e perigosa, von der Leyen também afirmou que via “uma oportunidade para fazer progressos reais”, mas que o Kremlin não demonstrou vontade política de colaborar. “Portanto, temos que manter a pressão sobre a Rússia”, defendeu.

Além de se opor à alteração de fronteiras pela força, ela afirmou que não deveria haver limites para as forças armadas da Ucrânia – tal restrição “deixaria o país vulnerável a futuros ataques”. A Ucrânia também precisa de “garantias de segurança robustas, credíveis e de longo prazo”, acrescentou. O roteiro original falava em reduzir o Exército ucraniano quase pela metade e não detalhava quais garantias seriam impostas para evitar novas agressões.

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Também nesta quarta, os ministros das Relações Exteriores da UE realizaram uma videoconferência às pressas sobre a situação.

Ativos congelados

Von der Leyen também prometeu que a Comissão Europeia apresentaria uma proposta preliminar sobre o uso de fundos russos congelados em bancos europeus para financiar a reconstrução física e econômica da Ucrânia nos anos de 2026 e 2027. Os líderes da União Europeia não aprovaram a medida no mês passado, devido a dúvidas jurídicas levantadas pela Bélgica, onde estão cerca de 183 bilhões de euros em ativos, o maior pedaço da riqueza soberana da Rússia dentro do bloco, e dois terços do total espalhado ao redor do mundo.

A proposta de Trump previa que os Estados Unidos fiquem com 50% dos lucros de um empreendimento liderado pela Casa Branca para “reconstruir e investir na Ucrânia”, usando US$ 100 bilhões provenientes de ativos russos congelados. Washington também quer que a Europa contribua com outros US$ 100 bilhões para o fundo de investimento na reconstrução.

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Von der Leyen reiterou seu apoio ao plano dos ativos congelados – que na prática seria um empréstimo da União Europeia para a Ucrânia garantido pelos ativos russos, fazendo com que, efetivamente, Moscou pagasse reparações a Kiev. “Não consigo imaginar nenhum cenário em que os contribuintes europeus, sozinhos, paguem a conta”, declarou ela.

O tema entra na agenda de discussões do bloco europeu no próximo mês, na tentativa de fechar um acordo de financiamento para Kiev, que deve ficar sem dinheiro a partir de abril próximo.

Crianças ucranianas

Von der Leyen afirmou que outra prioridade da UE é o retorno das crianças ucranianas deportadas à força para a Rússia. Ela deve liderar uma conferência internacional sobre o assunto em 2026. “Há dezenas de milhares de meninos e meninas cujo destino é desconhecido, presos na Rússia pela Rússia. Não os esqueceremos”, afirmou a presidente da Comissão Europeia.

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O governo ucraniano identificou quase 20 mil crianças que foram deportadas ilegalmente ou transferidas à força para a Rússia desde o início da invasão, em 2022. Uma organização ucraniana que trabalha com a questão, a Bring Kids Back, afirmou que 1.835 dessas crianças retornaram às suas casas.

O presidente russo, Vladimir Putin, é procurado por crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) devido aos sequestros. O plano original de 28 pontos propunha anistia total para as ações de todas as partes envolvidas no conflito, anulando e impedindo processos em cortes internacionais.

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