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Chavismo firma acordo com parte da oposição e anuncia volta ao parlamento

O anúncio foi feito um dia depois de Guaidó ter anunciado o fim das negociações com o governo de Maduro

Por EFE 17 set 2019, 04h09

O chavismo e uma parte minoritária da oposição firmaram nesta segunda-feira um acordo que estabelece um diálogo nacional, a volta dos mais de 50 deputados governistas à Assembleia Nacional, liderada por Juan Guaidó, e a formação de um novo conselho eleitoral.

O pacto foi apresentado hoje pelo ministro de Comunicação, Jorge Rodríguez, que estava acompanhado pela vice-presidente do país, Delcy Rodríguez, e o deputado opositor Timoteo Zambrano, líder do partido Movimento Cidadão Mudemos, que tem seis das 109 cadeiras da oposição no parlamento da Venezuela.

Assinam o acordo junto com Zambrano o ex-candidato à presidência Claudio Fermín, o líder do Movimento ao Socialismo (MAS), Felipe Mujica, e também representantes dos partidos Bandeira Vermelha e Avançada Progressista (AP), do também ex-candidato à presidência Henri Falcón.

Embora a AP conte com dois deputados na Assembleia Nacional, um deles, Julio César Reyes, confirmou à Agência Efe que não está de acordo com a decisão do partido.

O anúncio foi feito um dia depois de Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, entre eles o Brasil, ter anunciado o fim das negociações com o governo de Maduro em Barbados, sob a mediação da Noruega. Os chavistas abandonaram o mecanismo há 40 dias por determinação do presidente venezuelano.

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Segundo Zambrano, a minoria opositora conversou com o governo em paralelo às negociações com a equipe de Guaidó. Eles, porém, são acusados de terem vínculos com o chavismo pelos mais radicais críticos de Maduro e seus aliados.

“Decidimos dar um passo em frente para recuperar o tempo perdido pela incompreensão de muitos, a ambição de alguns e os erros de todos”, disse Zambrano.

O documento assinado estabelece que os mais de 50 deputados da coalizão chavista retornarão imediatamente ao parlamento. Eles deixaram a Assembleia Nacional em 2016, depois de o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) decretar o Legislativo em desacato.

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Além disso, será formado um novo Conselho Nacional Eleitoral, e o texto prevê a libertação de presos considerados políticos. Para lidar com a crise humanitária, os dois grupos planejam formas de “trocar petróleo por alimentos, remédios e serviços”.

Os detalhes foram informados em um evento realizado na sede do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela com a presença de diplomatas credenciados no país.

Os embaixadores dos países da União Europeia (UE) compareceram à cerimônia por cortesia, mas se retiraram quando foram informados do teor do evento. Fontes disseram à Agência Efe que isso ocorreu porque a diplomacia do bloco defende o processo de negociação mediado pela Noruega.

Maduro fez um pronunciamento em rede nacional de televisão e rádio para anunciar o acordo. Apesar das declarações de Guaidó, o líder chavista sugeriu no discurso retomar o mecanismo de diálogo mediado pelos noruegueses, que enviaram uma delegação à Venezuela no último fim de semana.

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