Chávez ajudou o Irã a burlar sanções da ONU, mostra documento
Surge a prova de que Caracas ajudou Teerã a burlar sanções e patrocinou, de forma ilegal e clandestina, a produção de insumos para foguetes
Um documento assinado pelo então presidente Hugo Chávez e obtido com exclusividade por VEJA vincula a Venezuela aos esforços empreendidos pelo Irã para a criação de uma bomba atômica. Em agosto de 2009, Chávez autorizou a liberação de recursos para a importação de equipamentos para uma fábrica de pólvora e para a reforma de plantas de produção de nitroglicerina e nitrocelulose, em associação com o governo iraniano. Como membro da ONU, a Venezuela estava obrigada a obedecer às sanções impostas ao Irã pela organização, em 2007. Entre elas as que proibiam os iranianos de comercializar e produzir os insumos químicos citados no documento acima. A nitrocelulose é usada na elaboração de propelente de foguetes. As suspeitas em torno da aliança entre Chávez e o ex-presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad surgiram em janeiro de 2009, quando os turcos interceptaram um carregamento iraniano para a Venezuela. Vinte e dois contêineres, que haviam sido declarados como peças de tratores, estavam cheios de produtos químicos que podem ser empregados na fabricação de explosivos. Diz o italiano Emanuele Ottolenghi, especialista em sanções externas: “O documento é a primeira evidência de que a cooperação Venezuela-Irã serviu para ajudar o regime dos aiatolás em seu programa bélico”.
Compre a edição desta semana de VEJA no iOS, Android ou nas bancas. E aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no iba clube.