Câmara dos EUA divulga imagens inéditas de ilha particular de Epstein no Caribe; confira
Local supostamente fazia parte do esquema de tráfico e exploração sexual liderado pelo bilionário, morto por suicídio na prisão em 2019
O Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos, liderado por democratas, divulgou nesta quarta-feira, 3, fotos inéditas da ilha particular de Jeffrey Epstein no Caribe, local no qual o bilionário supostamente traficava e explorava sexualmente menores de idade. As imagens mostram partes da casa do financista, incluindo quartos, um telefone, um escritório e um quadro-negro com várias palavras escritas, além de um cômodo que parece um consultório com máscaras na parede — segundo o jornal americano The New York Times, a última namorada de Epstein era dentista.
“Estas novas imagens oferecem um olhar perturbador sobre o mundo de Jeffrey Epstein e sua ilha. Estamos divulgando essas fotos e vídeos para garantir a transparência pública em nossa investigação e para ajudar a reconstruir o quadro completo dos crimes horríveis de Epstein”, disse Robert Garcia, membro sênior do comitê, em comunicado. “Não vamos parar de lutar até que a justiça seja feita para as vítimas.”
Os materiais foram coletados por autoridades policiais das Ilhas Virgens Americanas em 2020, um ano após o bilionário cometer suicídio na prisão. Ele era dono de duas ilhas na região, incluindo Little St. James, apelidada de “ilha dos pedófilos”, de acordo com o NYT. Em 2022, a procuradora-geral das Ilhas Virgens Americanas, Denise N. George, anunciou um acordo de mais de US$ 100 milhões com o espólio de Epstein. A ação foi movida com base nas leis locais contra organizações criminosas, tráfico sexual e exploração infantil.
Embora não revelem nada chocante, as imagens funcionam como uma tentativa do Congresso dos EUA de continuar a exercer pressão sobre o governo do presidente Donald Trump para que o Departamento de Justiça torne público todos os arquivos do caso Epstein até o prazo de 19 de dezembro. Um grupo bipartidário de membros do Congresso também solicitou à procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, uma atualização sobre o andamento sobre o processo nesta quarta.
+ Após sanção de lei por Trump, quando os arquivos do caso Epstein serão divulgados?
Caso Epstein
Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza (notadamente, o príncipe Andrew) e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008. As acusações que o levaram à prisão em 2019 ocorreram mais de uma década após um acordo judicial que o protegia. Ele foi encontrado morto por enforcamento pouco mais de um mês após parar atrás das grades.
Como promessa de campanha, o presidente Donald Trump disse que liberaria os documentos relacionados ao caso se retornasse à Casa Branca. Em janeiro, quando o republicano publicou arquivos sobre a investigação, um clima de insatisfação tomou conta: as informações divulgadas já eram conhecidas. Pressionado, o presidente dos EUA virou alvo de uma teoria da conspiração dentro da sua base política, a Make America Great Again (MAGA), de que está em uma lista secreta de pessoas que se beneficiavam do esquema de Epstein.
A a relação entre os dois é antiga: eles faziam parte de círculos sociais de elite de Nova York e da Flórida. Em 2002, Trump disse à revista New York que o financista era “fantástico” e “muito divertido de se estar por perto”. Ele também contou que a dupla se conhecia há 15 anos, acrescentando: “Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem”.
Em setembro, os democratas da Câmara divulgaram uma suposta carta de Trump a Epstein. O documento já havia sido publicado pelo jornal americano The Wall Street Journal em julho, mas o republicano negou a veracidade. Tratava-se de um desenho de uma mulher nua com mensagens insinuantes, parte de um álbum de aniversário organizado para o financista em 2003.
Trocas de e-mails tornadas públicas na semana passada também sugerem que Trump não só sabia dos crimes cometidos por Epstein como passou “horas” com uma das vítimas — na edição publicada pelos democratas, o nome dela não aparece, mas outra versão do lote mostra que seria Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras do financista, que morreu por suicídio em abril deste ano.
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