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Brasileiros reagem contra restrição de cidadania italiana com 52 mil assinaturas em petição

Nova regra limita o reconhecimento da nacionalidade a filhos e netos de italianos, excluindo milhões de descendentes

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 mar 2025, 18h33 - Publicado em 31 mar 2025, 15h35

Milhares de descendentes de italianos ao redor do mundo assinaram uma petição online contra um decreto-lei, aprovado na última sexta-feira, 28, que muda as regras para a garantia do direito a cidadania na Itália por “jus sanguinis“, limitando o reconhecimento apenas a filhos e netos de indivíduos nascidos no país.

Em poucos dias, o abaixo-assinado criado pela ítalo-brasileira Fabíola Leardini já reuniu mais de 52 mil assinaturas. Intitulada “Ripudio al D.L. Tajani 28/03/25”, a petição classifica o decreto como uma traição à herança italiana. “A Itália tem uma longa tradição de emigração. Milhões de descendentes mantêm viva a cultura e a identidade italiana ao redor do mundo. Agora, o governo está negando esse legado e privando milhares de um direito histórico”, diz o texto.

A mudança gerou indignação entre ítalo-descendentes em todo o mundo, especialmente no Brasil, onde vivem milhões de pessoas com ascendência italiana. Até então, qualquer pessoa com um ancestral vivo após 1861 — ano da unificação da Itália — podia solicitar o documento.

Nas redes sociais e na própria petição, descendentes de italianos manifestaram sua frustração. “Meu bisavô e minha bisavó eram italianos. Sou descendente por sangue, independente de ter nascido no Brasil”, protestou Noemi Tabossi. Além da revogação do decreto, os signatários pedem mais valorização das comunidades italianas no exterior e melhorias nos serviços consulares para agilizar os processos de cidadania.

O Brasil é uma das maiores comunidades de descendentes de italianos em todo o mundo. Em 2024, mais de 20 mil brasileiros obtiveram a cidadania italiana, um aumento de 42% em relação ao ano anterior. A decisão do governo pode barrar milhares de processos em andamento.

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Além das novas restrições, a Itália já havia aprovado reajuste de 100% no encargo para emissão de documento. Desde janeiro, a taxa administrativa para o reconhecimento da nacionalidade dobrou, passando de 300 euros para 600 euros (cerca de R$ 3.870).

O Ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, justificou as mudanças alegando a necessidade de tornar o sistema mais eficiente. “O princípio do jus sanguinis não será abolido, mas precisamos estabelecer limites claros”, declarou. A pressão internacional sobre o governo italiano deve continuar nos próximos meses.

A mudança será gradual e, segundo especialistas, não afetará pessoas que já deram início a solicitação do documento. Além disso, a partir de 2026 a avaliação dos pedidos será centralizada em um órgão especializado, em Roma.

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