Brasileiros de Wuhan pedem auxílio de Bolsonaro para retirada da China
Em vídeo, moradores da província afetada pelo coronavírus solicitam repatriação e dizem estar dispostos a passar por período de quarentena fora do Brasil
Moradores da província de Wuhan, localizada no epicentro da epidemia de coronavírus na China, brasileiros divulgaram, neste domingo, 2, uma carta aberta, em formato de vídeo, solicitando o auxílio do governo brasileiro para retornarem ao país. A publicação é destinada ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
No vídeo, de pouco mais de seis minutos, os brasileiros afirmam que não há, entre eles, nenhum caso de contaminação ou sintomas de infecção pelo coronavírus. “Cientes de nossos direitos e deveres como cidadãos brasileiros, aguardamos uma resposta rápida e eficiente nesse momento de urgência”, diz um dos moradores de Wuhan. A filmagem é encerrada com os brasileiros repetindo a frase “Brasil, casa de todos nós”.
Os brasileiros também destacaram as operações de evacuação já feitas por diversos países e afirmaram que estão dispostos a passar por um período de quarentena fora do Brasil. Embora tenha sido publicada neste domingo, a carta é datada de 30 de janeiro.
O apelo ocorre após Bolsonaro afirmar, na terça-feira 28, que “não seria oportuno” resgatar uma família de brasileiros que está em Filipinas, mas passou por Wuhan. A menina de 10 anos, o pai e a mãe estão isolados, por precaução. “Pelo que parece, tem uma família na região lá onde o vírus está atuando. Não seria oportuno retirar de lá, com todo respeito. Pelo contrário. Não vamos colocar em risco nós aqui por uma família apenas. A gente espera que os dados da China sejam reais. [Que seja] Só isso de pessoas contaminadas. Se bem que é bastante. Mas a gente sabe que esses países são mais fechados no tocante a informações”, disse à época. Na sexta-feira 31, Bolsonaro voltou a se manifestar sobre o assunto e disse que o governo brasileiro estuda estratégias para buscar esses brasileiros.
O Palácio do Planalto afirmou que não irá comentar o vídeo.