Brasil condena legalização de assentamentos israelenses na Palestina
O país emitiu um comunicado conjunto com governos da América Latina, deixando claro que decisão de Netanyahu vai contra o Direito Internacional
Os governos do Brasil, Argentina, Chile e México expressaram em conjunto preocupação com plano de Israel para legalizar nove postos avançados e construir dez mil casas em assentamentos na Cisjordânia, na Palestina. O comunicado, publicado nesta sexta-feira, 17, ressaltou que a expansão de Israel vai contra o Direito Internacional e as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Os países também pediram para que atitudes que podem levar a uma escalada dos conflitos na região sejam evitadas.
“Os governos da Argentina, Brasil, Chile e México pedem a israelenses e palestinos que se abstenham de atos e provocações que possam promover nova escalada de violência e que retomem as negociações para chegar a uma solução pacífica para o conflito”, disse o comunicado conjunto.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou a medida no último domingo 12, como uma resposta a uma série de recentes ataques terroristas palestinos em Jerusalém Oriental. Dois atentados mataram 10 israelenses, entre eles, dois irmãos de seis e oito anos e um homem de 20 anos no incidente do dia 10 de fevereiro.
Para oficializar os assentamentos, Israel vai precisar provar que os assentamentos legalizados foram construídos no que eles chamam de “território estatal”. Porém, algumas dessas construções foram feitas em terras palestinas privadas.
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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou o anúncio. O embaixador americano em Israel, Thomas Nides, afirmou que os Estados Unidos se opõe à medida. A criação de novos assentamentos israelenses é vista pela comunidade internacional como um obstáculo para a paz na região e a chamada “solução de dois Estados”.
“Queremos manter viva a visão de uma solução de dois Estados. [Netanyahu] entende que entendemos que o crescimento massivo dos assentamentos não atingirá esse objetivo”, disse Nides.