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Boris Johnson é escolhido o novo primeiro-ministro do Reino Unido

Ex-prefeito de Londres confirmou o favoritismo na disputa interna do Partido Conservador e será o sucessor de Theresa May

Por Redação
Atualizado em 23 jul 2019, 09h43 - Publicado em 23 jul 2019, 08h12

Boris Johnson confirmou o seu favoritismo na disputa interna e foi escolhido como o novo líder do Partido Conservador do Reino Unido – e, consequentemente, o novo primeiro-ministro do Reino Unido, no lugar de Theresa May, que renunciou após fracassar nas negociações do Brexit.

Ex-prefeito de Londres e defensor ferrenho da saída da União Europeia (UE), Johnson ganhou de seu concorrente, Jeremy Hunt, com 66% dos 159.320 votos dos membros do partido. A votação interna foi realizada por meio de cédulas eleitorais enviadas pelo correio e finalizada nesta segunda-feira 22.

Segundo a tradição britânica, o premiê eleito só assumirá o posto amanhã. May deve ter uma audiência com a rainha Elizabeth II na tarde de quarta para entregar seu cargo e recomendar Johnson como sucessor.

Em seu discurso após o anúncio da vitória, Johnson, 55, elogiou Hunt, afirmou que o atual secretário de Relações Exteriores é uma “fonte de excelentes ideias” e prometeu roubá-las.

O novo líder dos conservadores ainda dirigiu seus cumprimentos a sua antecessora. Segudo Johnson, foi um privilégio servir no gabinete de May como chanceler e ver a paixão e determinação que ela colocou em muitas das causas que se tornaram seu legado.

Boris foi secretário de Relações Exteriores do Reino Unido entre 2016 e 2018, mas renunciou em julho passado como forma de protesto ao acordo proposto por May com a UE para o Brexit.

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A saída do bloco deve ser o maior desafio de Johnson como primeiro-ministro. O impasse travado pela agora ex-primeira-ministra para chegar a um acordo com a UE levou ao anúncio sobre sua renúncia e ainda deve persistir durante o mandato do ex-prefeito de Londres.

O conservador é categórico ao afirmar que, caso o Reino Unido não consiga chegar a um consenso com os europeus até 31 de outubro, o país deixará a União Europeia na marra, mesmo sem acordo. Analistas já afirmaram, contudo, que um divórcio brusco causará traumas econômicos e uma situação de caos para os britânicos. Os parlamentares do Partido Trabalhista insistem na convocação de um novo referendo sobre o tema.

Em suas primeiras palavras após ser anunciado vencedor, Johnson voltou a insistir no tema. Prometeu concluir o Brexit até a data limite e disse que vai unir o país, derrotar os rivais trabalhistas e energizar a população.

Além disso, agradeceu aos membros da sua legenda pela extraordinária “honra” que lhe conferiram. “Sei que haverá gente por aí que questionará o julgamento da decisão de vocês”, acrescentou Johnson, que foi criticado pelos setores conservadores que estão a favor de um Brexit suave.

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Boris Johnson era apontado como favorito para se tornar líder do Partido Conservador desde que Theresa May anunciou que deixaria o cargo, em 24 de maio. Ele já tinha tentado disputar o mesmo posto em 2016, mas, após perder apoio, retirou sua candidatura.

Ele enfrentou nove concorrentes para chegar ao posto de premiê. Os candidatos, contudo, foram sendo eliminados ao longo das últimas semanas, com base em seu desempenho nas pesquisas de opinião. A lista foi reduzida até que sobraram apenas Johnson e Hunt.

O conservador carrega uma série de declarações controversas em seu currículo. Em diversos momentos, foi tachado como racista, homofóbico e machista.

Seu jeito enérgico, suas declarações polêmicas e seu cabelo loiro despenteado renderam a Johnson muitas comparações com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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Depois de ser indicado por May para a rainha Elizabeth nesta quarta, o novo primeiro-ministro irá ao palácio para realizar a audiência de rigor com a chefe de Estado, antes de deslocar-se à residência de Downing Street para começar a nomear seus ministros.

Alguns membros do governo de May já anteciparam sua intenção de não servir sob o mandato de Johnson, entre eles o pró-europeu titular de Economia, Philip Hammond; o ministro da Justiça, David Gauke, e o responsável por Cooperação Internacional, Rory Stewart.

Em uma mensagem a Johnson, Theresa May felicitou e seu correligionário e lhe prometeu seu “total apoio”.

Em mensagem divulgadas nas redes sociais, a ainda premiê pediu que seu sucessor trabalhe para executar um Brexit que “funcione para todo o Reino Unido” e para manter o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, “fora do governo”.

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