Bolsonaro promete visitar China no segundo semestre de 2019
Embaixadores de seis países apresentam suas credenciais ao presidente; representações dos Estados Unidos e da União Europeia continuam sem comando
O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta sexta-feira, 8, uma visita à China ainda neste ano, informou a EBC. Sua postura durante a campanha eleitoral, quando criticou Pequim por estar “comprando o Brasil”, e não no Brasil, indicava distanciamento e animosidade nas relações bilaterais. Com a viagem programada para o segundo semestre, essa postura eleitoral aparentemente foi diluída neste início de governo.
O convite oficial do presidente chinês, Xi Jinping, foi apresentado a Bolsonaro pelo seu novo embaixador da no Brasil, Yang Wanming, durante cerimônia de entrega das suas credenciais para que represente oficialmente a China no país. A cerimônia ocorreu nesta sexta-feira no Palácio do Planalto.
De acordo com Bolsonaro, a viagem à China deve acontecer no segundo semestre porque, nos próximos meses, terá visitas já confirmadas para os Estados Unidos, Chile e Israel.
“Confirmei com o embaixador que viajarei à China este ano”, declarou Bolsonaro à imprensa depois do encontro com Yang. “Nós queremos nos aproximar do mundo todo, ampliar nossos negócios, nossas fronteiras, e essa foi a diretriz dada a todos os ministros”, completou.
Ao deixar a cerimônia, o embaixador chinês, informou que o presidente Xi Jinping virá ao Brasil para a 10ª Reunião Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), ainda sem data prevista. Wanming disse que Brasil e China estão entrando em uma nova etapa da relação bilateral e têm interesses em ampliar e fortalecer sua cooperação.
“O Brasil é um dos sócios principais e mais importantes da China tanto no sentido político, quanto econômico e comercial, por isso que as reformas e as mudanças da instituição política e econômica do Brasil vão trazer mais oportunidades de negócios com China”.
Apesar do estresse inicial de Bolsonaro com a China, que provocou paralisia de investimentos desse país no Brasil nos dois primeiros meses do ano, a importância da nação oriental para a economia brasileira se sobrepôs e tornou inevitável uma distensão. O Brasil exportou no ano passado para o mercado chinês 67 bilhões de dólares em produtos, 28% do total embarcado para o exterior.
EUA sem embaixador
Novos embaixadores de outros cinco países – Burkina Faso, Barbados, Etiópia, Guiné Equatorial e Turquia – entregaram hoje a Bolsonaro as suas credenciais para que possam representar oficialmente suas nações no Brasil. Durante o evento, Bolsonaro recebeu os documentos e conversou rapidamente com cada um dos diplomatas, ao lado do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Embaixadas relevantes para a política externa de Araújo continuam com a posição-chave vaga. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que será visitado por Bolsonaro entre os próximos dias 17 e 19, não indicou ainda seu novo embaixador para o Brasil. A representação da União Europeia também continua sem comando.
Além de Yang Wanmingchinês, a partir de agora, estão habilitados a despachar no Brasil os embaixadores de Burkina Faso, Aminata Congo Sana; de Barbados, Tonika Maria Sealy Thompson; da Etiópia, Yalew Abate Reta; da Guiné Equatorial, Juan Ndong Nguema; e da Turquia, Murat Yavuz Ates.
Tradicionalmente, um embaixador assume o posto somente depois de entregar os documentos enviados pelos chefes de governo de seus países. A apresentação das cartas credenciais ao presidente da República é uma formalidade que aumenta as prerrogativas de atuação do diplomata no Brasil. Caso a credencial não seja recebida pelo presidente, o embaixador não pode representar o seu país em audiências ou solenidades oficiais no Brasil.