Bolívia: Arce nomeia novos chefes militares em meio a tentativa de golpe
Novo comandante ordenou que as tropas que tomaram a Praça Murillo, onde fica a sede do governo, retornem para os quartéis
![Bolivian President Luis Arce gestures during a press conference at the Government Palace in La Paz, on August 31, 2023. President Luis Arce acknowledged this Thursday that Bolivia suffered a decrease in its gas production, since the middle of the last decade, because it failed to replenish its reserves, although it promised investments to restore the natural resource. (Photo by AIZAR RALDES / AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/09/000_33U42AH-e1719438566477.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O presidente da Bolívia, Luis Arce, trocou o comando das Forças Armadas em meio à tentativa de golpe de Estado em curso no país. O novo chefe militar ordenou que as tropas que tomaram a Praça Murillo, onde fica a sede do governo, retornem para os quartéis.
Nesta tarde, membros das Forças Armadas da Bolívia tomaram a Praça Murillo, em La Paz, e um veículo blindado avançou pela entrada do Palácio Presidencial, seguido por soldados comandados por um general destituído na terça-feira, de acordo com informações da agência de notícias Reuters.
Nas redes sociais, Arce denunciou um possível golpe militar. “Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano. A democracia deve ser respeitada”, disse ele em sua conta no X, antigo Twitter.
Em discurso à TV local, o general Juan José Zúñiga, destituído do cargo de chefe do Exército na terça-feira, disse que “os três chefes das Forças Armadas vieram expressar a nossa consternação. Haverá um novo gabinete de ministros, certamente as coisas vão mudar, mas o nosso país não pode continuar assim”.
Segundo ele, a “mobilização de todas as unidades militares” busca expressar descontentamento “com a situação do país”, alertando que não permitiria uma possível nova candidatura do ex-presidente Evo Morales em 2025.
“Uma elite tomou conta do país, vândalos que destruíram o país”, disse Zúñiga na Plaza Murillo, em frente ao Palácio do Governo. “As Forças Armadas pretendem reestruturar a democracia para que seja uma verdadeira democracia, não de donos que já estão no poder há 30 e 40 anos”.
Os militares montaram barricadas para impedir que as pessoas chegassem à Praça Murillo em resposta ao apelo presidencial. Ao mesmo tempo, lançaram gás contra a população que se manifestava contra eles.