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Relâmpago: Revista em casa por 8,98/semana

Bill Gates se torna o maior proprietário de terras agrícolas dos EUA

O pai da Microsoft possui agora mais terras que todos os indígenas nativos americanos e é exemplo da monocultura, apesar de defender sustentabilidade

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h10 - Publicado em 7 abr 2021, 12h08

A última edição da revista americana Land Report, maior publicação sobre o mercado das terras nos Estados Unidos, estampou em sua capa o bilionário Bill Gates, apelidando-o de “Fazendeiro Bill”. Como o criador da Microsoft e terceiro homem mais rico do planeta não poderia ser mais antagônico à figura do simples agricultor, sua conquista é, evidentemente outra: enquanto ninguém notava, Gates tornou-se o maior proprietário privado de terras agrícolas no país, de acordo com a publicação.

No total, o bilionário possui quase 100.000 hectares de terras agrícolas (ou 100.000 campos de futebol), totalizando mais de 690 milhões de dólares em ativos. É o equivalente à cidade do Rio de Janeiro, ou Belém, no Pará. Além disso, é uma área maior de terras agrícolas do que todos os indígenas nativo-americanos possuem.

O status de Gates mudou com uma compra mastodôntica, em 2018, de mais de 5.800 hectares de uma vez no leste do estado de Washington, por 171 milhões de dólares. A propriedade, chamada 100 Circles, produz milho e trigo.

De uma perspectiva agrícola, a região evoluiu para um centro comercial, completo com armazenamento em atmosfera controlada, infraestrutura de transporte de última geração e pronto acesso a hidrelétricas de baixo custo. Por isso, investidores experientes têm direcionado milhões de dólares a terras agrícolas no Oregon e Washington, perto do rio Columbia.

Nas avaliações atuais, é uma das melhores oportunidades de terras agrícolas do país. Em 2018, quando 100 Circles foi vendida, era ainda melhor.

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Segundo a Land Report, somente instituições podem fazer compras desse tamanho – que é exatamente o que ocorreu no outro lado da transação. Quem vendeu a propriedade foi a John Hancock Life Insurance, uma gestora de ativos multibilionários com participações importantes em todos os principais mercados dos Estados Unidos, Canadá e Austrália.

Bill Gates permaneceu anônimo, como um “investidor da Louisiana”, associado à empresa Angelina Agriculture de Monterey. O relatório da revista foi o primeiro a classificá-lo como o maior proprietário de terras de agricultura do país.

O bilionário, que no início do ano publicou o livro “Como Evitar um Desastre Climático”, posiciona-se como líder na luta contra as mudanças climáticas, e por isso sofre críticas por adquirir tantas terras agrícolas. Em uma discussão no fórum online Reddit, Gates afirmou que a ação “não está conectada com [mudança] climática” e que a decisão veio de seu grupo de investimentos, Cascade Investment – que diz apoiar “muito a agricultura sustentável”.

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Empresas de investimento argumentam que as terras agrícolas cumprirão as metas de “neutralidade de carbono”, ao mesmo tempo aumentando a produtividade e lucros. Mas o 1% mais rico do mundo ainda emite o dobro do carbono que os 50% mais pobres, segundo um estudo da Oxfam de 2020.

Além disso, a propriedade da terra está se concentrando cada vez mais, resultando em um maior impulso para monoculturas e técnicas de agricultura industrial mais intensivas. Um por cento das fazendas do mundo controla 70% das terras agrícolas do mundo, e os Estados Unidos são líderes na transformação de pequenas fazendas em grandes fazendas industriais.

Apesar do apoio declarado à agricultura sustentável de Gates e outros mega-proprietários bem-intencionados, a concentração de terras agrícolas pesa na determinação dos sistemas alimentares e padrões de uso da terra – o que ainda deve gerar alarme.

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