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Bielorrússia abandona status de zona livre de armas nucleares

Além de poder produzir armas nucleares, referendo abre espaço para que o atual presidente do país, Alexander Lukashenko, possa ficar no poder até 2035

Por Felipe Mendes Atualizado em 28 fev 2022, 16h13 - Publicado em 27 fev 2022, 23h02

Enquanto o mundo se volta contra as atitudes do presidente russo, Vladimir Putin, a Bielorrússia, principal aliada da Rússia, aprovou, em referendo realizado neste domingo, 27, uma reforma em sua Constituição. O ponto crucial do texto aprovado por 65,16% dos eleitores é o abandono do status de zona livre de armas nucleares, algo que soa como uma posição curiosa em meio ao conflito entre os vizinhos — a Bielorrússia está fornecendo suporte territorial ao exército russo na invasão à Ucrânia. A proposta ainda permitirá com que o atual presidente, Alexander Lukashenko, fique no cargo até 2035 e que ganhe imunidade perante à Justiça ao sair do poder.

A nova constituinte bielorrussa extingue o artigo 18 da atual carta, que estabelece como um dos objetivos da nação ser um país livre de armas nucleares, o que acontece desde a dissolução da antiga União Soviética, no início dos anos 1990. Lukashenko, no entanto, sinalizou que isso pode mudar em breve e cita apoio a Putin em alusão ao que considera uma expansão da Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, na região. “Se vocês [Ocidente] transferirem armas nucleares para a Polônia ou para a Lituânia, que são as nossas fronteiras, vou pedir a Putin o retorno das armas nucleares que eu dei sem impor condições”, disse o presidente, em uma seção eleitoral em Minsk, capital do país.

Visto como o “último ditador da Europa”, Lukashenko comanda a Bielorrússia com punhos de ferro e é apoiador de primeira hora de Putin. Enquanto repreende manifestações contra seu governo, o líder populista, que adota um discurso anticorrupção, estreita seu laços políticos e econômicos com a Rússia. Nos últimos meses, os países vêm realizando exercícios militares de forma conjunta e a Bielorrússia tem permitido que a nação vizinha “estoque” seus tanques e armamentos para o disparo de mísseis balísticos e a entrada na Ucrânia, cuja capital, Kiev, fica relativamente próxima à fronteira com a Bielorrússia. Não à toa, o país de Lukashenko também entrou na mira dos pacotes de sanções da União Europeia relacionados à invasão russa.

Com a nova constituinte, Lukashenko faz um aceno de mais rigor contra os manifestantes de oposição que foram às ruas, em 2020, criticar seu governo e a eleição que o conduziu para mais um mandato, em setembro daquele ano, e que foi apontada como extremamente fraudulenta. Durante os atos, mais de 30.000 pessoas foram presas — muitas foram sujeitas à tortura e abusos sexuais. Lukashenko chegou ao parlamento em 1990, onde presidiu o comitê anticorrupção. Virou presidente em 1994 e foi reeleito cinco vezes sob acusações de fraudes nas últimas delas.

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