Biden erra dados sobre PIB da China e chama país de ‘bomba-relógio’
Em evento de arrecadação de fundos, democrata diz não enxergar futuro promissor para o crescimento econômico lento de Pequim
![O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante evento em Salt Lake City, no estado de Utah. 10/08/2023](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/08/GettyImages-1590281041.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira, 10, que o crescimento econômico lento da China é uma “bomba-relógio”, citando números errados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Durante um evento de arrecadação de fundos, o democrata afirmou também que não deseja prejudicar o desenvolvimento chinês, apesar de não enxergar um futuro promissor.
“A China estava crescendo 8% ao ano para manter o crescimento. Agora perto de 2% ao ano”, afirmou em discurso. “Eles têm alguns problemas. Isso não é bom, porque quando pessoas más têm problemas, elas fazem coisas ruins”, acrescentou.
O comentário de Biden, no entanto, não está de acordo com os dados do Escritório Nacional de Estatísticas chinês, que indica um crescimento econômico de 4,5% no primeiro trimestre e 6,3% no segundo. O PIB, por sua vez, teria expandido 2,2% entre janeiro e março deste ano, arrematando mais 0,8% nos três meses seguintes, em discordância com os 2% ao ano informados por Biden.
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Na véspera aos comentários, Washington restringiu ainda mais o já conturbado relacionamento com Pequim. Através de uma ordem executiva, Biden proibiu novos investimentos em instituições chinesas de três setores de tecnologia: semicondutores e microeletrônicos, tecnologias de informação quântica e sistemas de inteligência artificial.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores destacou que “se opõe resolutamente à insistência dos Estados Unidos em introduzir restrições ao investimento na China”, enquanto o governo de Hong Kong alegou que as medidas “impediram e interromperam as atividades normais de investimento e comércio”, prejudicando os “interesses econômicos e comerciais das próprias empresas americanas”.
Não é a primeira vez que Biden emite opiniões polêmicas sobre o governo da China. Em junho, ao tratar sobre o episódio relacionado ao balão espião chinês que invadiu o território americano no início deste ano, o democrata chamou o presidente do país, Xi Jinping, de ditador.
A declaração não foi bem recebida. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, classificou os comentários como “extremamente absurdos” e “irresponsáveis”.