Biden chama Xi de ‘ditador’ um dia depois de reaproximação EUA-China
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajou a Pequim para aliviar tensões entre as duas superpotências
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou o presidente chinês, Xi Jinping, de ditador durante um evento para arrecadar fundos para sua campanha na Califórnia, na noite de terça-feira, 21.
O comentário veio um dia depois que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, se encontrou com Xi para em Pequim para negociações que visavam aliviar as tensões entre as duas superpotências.
Biden também disse que Xi ficou “envergonhado” depois que um suposto balão espião chinês foi derrubado pela Força Aérea americana, depois que o objeto invadiu o espaço aéreo do país. A China respondeu que “se opõe firmemente” aos comentários de Biden.
“A razão pela qual Xi Jinping ficou muito chateado, em termos de quando eu derrubei aquele balão cheio de equipamento de espionagem, é que ele não sabia que [o balão] estava lá”, disse Biden no evento na terça-feira.
“Isso é uma grande vergonha para os ditadores. Quando eles não sabem o que aconteceu”, acrescentou.
O balão, que a China afirmou ser uma ferramenta de pesquisa para monitorar o clima, cruzou o território continental dos Estados Unidos antes de ser destruído por aeronaves militares americanas, em fevereiro. Após investigações, Washington disse que o objeto fazia parte de um amplo programa de espionagem chinês. Blinken, que deveria visitar Pequim na época, adiou a viagem devido ao incidente.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, chamou os comentários de Biden de “extremamente absurdos e irresponsáveis”. Durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 21, ela disse que o presidente americano fez “uma provocação política aberta” que violava a etiqueta diplomática.
A visita de Blinken durante o último final de semana, a primeira de um secretário de Estado dos Estados Unidos em quase cinco anos, retomou as comunicações entre os governos dos dois países.
Xi declarou que as conversas levaram a “progresso” nas relações entre as potências, enquanto Blinken indicou que ambos os lados estão abertos a mais negociações. Grandes diferenças, no entanto, perduram.
Os laços entre Estados Unidos e China ficaram desgastados após a guerra comercial do governo de Donald Trump, a ameaça exponencial de Pequim a Taiwan e o abate do suposto balão espião.