Baleia à deriva no rio Sena morre após resgate malsucedido
Orca de 4 metros chamou atenção depois de ser vista na foz de um dos principais rios da França e nadar dezenas de quilômetros até noroeste do país
Uma baleia orca separada de seu grupo e que nadou dezenas de quilômetros pelo rio Sena, na França, morreu de causas naturais, afirmou nesta segunda-feira o grupo de campanha Sea Shepherd, após tentativas de devolver o animal ao mar fracassarem. Segundo especialistas, o animal estava com dores agonizantes e doente em estado terminal.
“Encontramos nesta manhã”, afirmou Lamya Essemlali, chefe da Sea Shepherd France.
A orca de 4 metros, identificada como macho, chamou atenção depois de ser vista pela primeira vez na foz do Sena em 16 de maio, entre o porto de Le Havre e a cidade de Honfleur, na Normandia, antes de nadar dezenas de quilômetros rio acima para chegar na cidade de Ruão, no noroeste da França.
Nous avons malheureusement retrouvé le cadavre de l'orque ce matin à 11h48. Nous sommes actuellement avec elle pour empêcher que son corps ne soit percuté par un navire, ce qui compromettrait l'autopsie. Nous attendons l'équipe mobilisée par l’État pour la récupérer. pic.twitter.com/kHunMaxGyt
— Sea Shepherd France (@SeaShepherdFran) May 30, 2022
No sábado, 28, especialistas do escritório francês de biodiversidade (OFB) e da ONG Sea Shepherd iniciaram uma operação para guiar a baleia de volta ao mar com um alto-falante submerso para transmitir ruídos familiares ao do cetáceo.
Entretanto, a baleia respondeu de forma “errática” e “incoerente” aos estímulos sonoros, disse um comunicado do Departamento Marítimo do Sena.
“Tendo falhado a tentativa de trazer a baleia de volta ao mar, e para evitar aumentar os níveis de estresse, foi tomada a decisão de interromper a intervenção à noite”, informou o governo local.
Cientistas revisaram fotos e dados da intervenção e concluíram que o animal sofria de mucormicose, ou fungo negro, uma doença observada em baleias na América do Norte, mas que ainda não havia sido observada na Europa.
Depois de infectar a pele de animais enfraquecidos, a doença pode se espalhar para o coração, pulmões e cérebro, o que explica o comportamento desorientado da baleia, alegou a prefeitura.
“Nessas condições, o grupo de especialistas concluiu por unanimidade que a única solução possível era a eutanásia do animal para acabar com seu sofrimento e, também, fazer uma análise avançada da doença que ele carrega”, disse a prefeitura.
Antes que pudessem dar prosseguimento à eutanásia, no entanto, o animal morreu de causas naturais. O corpo será retirado do rio para uma autópsia, segundo autoridades locais.