Austrália reverte decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel
Segundo chanceler, decisão tomada em 2018 por governo anterior coloca Camberra fora de sintonia com maioria da comunidade internacional

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, reverteu nesta terça-feira, 18, uma decisão do governo anterior de reconhecer Jerusalém Ocidental como a capital de Israel. Com a medida, o governo australiano passa a entender Tel Aviv como capital do país, dizendo que o status de Jerusalém deve ser resolvido através de negociações pacíficas entre Israel e o povo palestino.
Em comunicado, a ministra das Relações Exteriores do país, Penny Wong, afirmou que a Austrália “sempre será uma amiga inabalável de Israel” e está comprometida com uma solução de dois Estados na qual os dois países coexistem em paz dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas.
O governo “compromete a Austrália com esforços internacionais na busca responsável por progresso em direção a uma solução justa e duradoura de dois Estado”, acrescentou Wong.
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Em dezembro de 2018, o então premiê Scott Morrison reverteu uma política de décadas ao reconhecer Jerusalém Oriental como capital israelense, embora não tenha alterado a embaixada do país para lá imediatamente. Um ano antes, o então presidente americano Donald Trump também havia feito um reconhecimento similar.
Segundo Wong, no comunicado desta terça-feira, a decisão de Morrison colocou a Austrália “fora de sintonia com a maioria da comunidade internacional”, e foi recebida com preocupação pela Indonésia, país vizinho e de maioria muçulmana, que em resposta congelou negociações com Camberra para um acordo comercial.
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O status de Jerusalém é uma das questões que mais geram controvérsias na comunidade internacional, uma vez que israelenses e palestinos a consideram sua capital. A parte Oriental, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, é considerada território palestino ocupado sob a lei internacional desde a guerra dos seis dias, em 1967.
A posição da maioria das nações é que a cidade deve hospedar consulados e não embaixadas até que um acordo de paz definitivo seja firmado. Atualmente, além dos Estados Unidos, apenas as embaixadas de Kosovo, Guatemala e Honduras se mudaram de Tel Aviv para Jerusalém.