Atirador responsável por massacre em sinagoga recebe pena de morte nos EUA
Considerado maior crime antissemita do país, ataque em massa deixou 11 mortos em um templo de Pittsburgh
O atirador que invadiu uma sinagoga da comunidade judaica de Pittsburgh e matou 11 fieis será condenado à morte por ser responsável pelo ataque antissemita mais mortal da história dos Estados Unidos. O réu, Robert Bowers, não demonstrou reação quando soube do veredito do júri, nesta quarta-feira, 2.
O mesmo júri federal que condenou Bowers, um motorista de caminhão do subúrbio de Baldwin, por 63 acusações criminais, recomendou nesta quarta-feira que ele fosse condenado à morte por um ataque cujos impactos continuam a reverberar quase cinco anos depois.
Os membros do júri foram unânimes em decidir que o ataque foi motivado por ódio a judeus e que ele escolheu a sinagoga específica por sua localização em uma das maiores e mais históricas comunidades judaicas dos Estados Unidos. O objetivo do criminoso era “maximizar a devastação, ampliar o dano de seus crimes e instilar medo nas comunidades judaicas locais, nacionais e internacionais”.
Antes do ataque, Bowers já publicava conteúdo de ódio a judeus e defendia as crenças da supremacia branca online. À medida que sua violência se tornou mais extrema, ele planejou e realizou metodicamente o massacre do dia 27 de outubro de 2018 na sinagoga da Árvore da Vida, onde membros de três congregações se reuniam.
O veredito veio após um longo julgamento no qual os membros do júri ouviram em detalhes assustadores como Bowers recarregou pelo menos duas vezes, passou por cima dos corpos ensanguentados de suas vítimas para procurar mais pessoas para atirar e se rendeu apenas quando ficou sem munição. Na fase de sentença, familiares enlutados contaram ao júri sobre as vidas que Bowers tirou, entre elas uma mulher de 97 anos.
Além disso, sobreviventes testemunharam sobre a própria dor, tanto física quanto emocional. A família de Rose Mallinger, de 97 anos, que foi morta no ataque, e sua filha, Andrea Wedner, que foi baleada e ferida, agradeceu e disse que “uma medida de justiça foi feita”.
“Dar uma sentença de morte não é uma decisão fácil, mas devemos responsabilizar aqueles que desejam cometer atos tão terríveis de antissemitismo, ódio e violência”, disse a família em comunicado.