Atentado no Iraque deixa ao menos 27 mortos a dois dias de eleições
Explosão ocorreu dentro de um café em Bagdá. No sábado, o país terá suas primeiras eleições desde a retirada das tropas americanas, em 2011
Pelo menos 27 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em um atentado realizado em um bairro de maioria sunita em Bagdá, capital do Iraque. De acordo com fontes policiais, o ataque desta quinta-feira foi realizado por um homem-bomba, que detonou os explosivos dentro do estabelecimento, onde adolescentes utilizavam a internet. Ainda há pessoas presas sob os escombros. Até o momento, nenhum grupo reivindicou responsabilidade pelo ataque.
Uma série de atentados foram registrados nos últimos dias no país, antes das eleições provinciais marcadas para este sábado. Serão as primeiras eleições no Iraque desde 2010 e também as primeiras sem as tropas americanas no país – a retirada ocorreu em dezembro de 2011. Cerca de 16,2 milhões de civis e 650.000 membros das forças de segurança estão habilitados a votar nos mais de 8.000 candidatos, que disputam os 378 assentos para os Conselhos de Províncias. Os órgãos são responsáveis pela nomeação dos governadores.
Ao longo da semana, o país registrou vários ataques, que fizeram dezenas de vítimas. Na segunda-feira, mais de 30 pessoas foram mortas e mais de 200 ficaram feridas em uma série de ataques coordenados com carros-bomba, incluindo duas explosões em um posto de controle na área externa do aeroporto internacional de Bagdá. Na terça-feira, a explosão de um carro-bomba na zona industrial de Aziza, cerca de 70 quilômetros ao sul de Bagdá, deixou mais quatro mortos. Na quarta, oito pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas em uma série de ataques na capital, um deles contra um posto de controle do Exército e outro na garagem do Ministério de Indústria.
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A tensão entre sunitas e xiitas no país segue elevada, e a maioria sunita reclama que é marginalizada pelo governo de maioria xiita do primeiro-ministro Nouri al-Maliki. Sunitas ligados à Al Qaeda têm realizado uma série de atentados este ano, com o objetivo de desestabilizar o governo. Na maior parte dos casos, os alvos são xiitas, mas também há registros de ataques contra sunitas.
Depois da retirada das tropas americanas, as forças iraquianas ficaram responsáveis por garantir a segurança no dia da eleição. É a primeira vez que isso acontece desde 2003, quando o ditador Saddam Hussein foi tirado do poder.
(Com agências EFE, Reuters e AFP)