Ataques russos deixam ao menos 16 mortos em Kiev, incluindo um cidadão americano
Ofensiva foi a mais mortal a atingir a capital ucraniana neste ano, danificando prédios residenciais e instituições educacionais
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17 jun 2025, 10h03
Pelo menos 16 pessoas foram mortas e outras 124 ficaram feridas nesta terça-feira, 17, após a Rússia lançar centenas de drones e mísseis sobre Kiev em seu ataque mais mortal à capital ucraniana neste ano.
A Força Aérea Ucraniana informou que 440 drones e 32 mísseis foram disparados contra a Ucrânia durante a noite, acrescentando que 428 dos projéteis foram abatidos.
Segundo as autoridades ucranianas, cerca de 27 locais na capital foram atingidos durante os diversos ataques ao longo da noite, que danificaram prédios residenciais, instituições educacionais e instalações de infraestrutura crítica.
Um prédio residencial de vários andares foi atingido durante os ataques, deixando um enorme buraco onde antes havia dezenas de apartamentos. Cinco corpos sem vida foram retirados dos escombros e as operações de resgate continuaram durante a tarde, de acordo com uma declaração do ministro do Interior da Ucrânia, Ihor Klymenko.
Uma das vítimas era um cidadão americano de 62 anos, que morreu em decorrência de ferimentos causados por estilhaços, segundo o prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko.
“Esperamos que nenhum morto seja encontrado sob os escombros, mas não podemos descartar essa possibilidade”, disse Klitschko. “O número de mortos pode aumentar.”
Guerra de drones
Apesar das mortes de civis e dos danos a prédios residenciais, o Ministério da Defesa russo disse na terça-feira que os ataques tiveram como alvo “instalações do complexo militar-industrial na região de Kiev e Zaporizhzhia”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu o ataque como um dos mais terríveis à capital ucraniana desde o início da guerra, que já ultrapassou a marca dos três anos. Autoridades ucranianas declararam dia de luto na quarta-feira pelas vítimas.
“O ataque da noite passada foi a quarta vez neste mês que as forças armadas russas lançaram mais de 400 munições em uma única noite. Em comparação, as forças armadas russas lançaram 544 munições de longo alcance durante todo o mês de junho de 2024”, disse a Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia (HRMMU) em um comunicado divulgado nesta terça-feira.
A Ucrânia, por sua vez, também lançou drones contra a Rússia. O Ministério da Defesa russo disse que interceptou e destruiu 147 drones ucranianos sobre território russo, incluindo a região de Moscou, durante a última madrugada.
Processo de paz sem avanços
Os ataques ocorreram depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que deixaria o encontro do G7, no Canadá, na segunda-feira “por causa do que está acontecendo no Oriente Médio”. O republicano deveria se encontrar com Zelensky durante a cúpula pela terceira vez desde que assumiu a presidência em janeiro.
Além disso, a Rússia disse na segunda-feira 16 que Washington suspendeu as negociações para normalizar as relações entre os dois países. Trata-se de um sinal de degradação das relações entre Trump e seu homólogo russo, Vladimir Putin, de quem se aproximou desde o retorno à Casa Branca em fevereiro.
“A partir de hoje, a próxima reunião no âmbito das consultas bilaterais sobre a eliminação de ‘irritantes’, a fim de normalizar as atividades das missões diplomáticas de ambos os países, foi cancelada por iniciativa dos negociadores americanos”, informou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova. “Esperamos que a pausa que eles fizeram não dure muito tempo.”
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