Ataques jihadistas em Moçambique causam 11 mortes
Grupo terrorista atua no norte, onde estão as jazidas de petróleo e gás, e quer a abertura do comércio ilegal de madeira, marfim e rubi
Pelo menos 11 pessoas morreram na noite de quinta-feira, 22, durante ataques atribuídos à organização jihadista local Al-Shabab no norte de Moçambique. O grupo não tem relação com o seu homônimo da Somália.
Um primeiro ataque ocorreu na aldeia de Chicuaia Velha, distrito de Nangade, na província de Cabo Delgado. Nove civis, incluindo mulheres e crianças, foram assassinados e mais de 40 casas foram queimadas. Depois, na mesma província, os jihadistas mataram um adulto na cidade de Lukwamba e outro em Litingina.
Moradores afirmaram que os terroristas usaram espadas e facas para atacar as vítimas. As autoridades administrativas e policiais da região não confirmaram os ataques, mas tampouco os desmentiram.
Nesta semana, 189 pessoas foram acusadas na província de Cabo Delgado de integrar a Al-Shabab moçambicana. Desde outubro de 2017, os jihadistas protagonizam ataques a civis e militares, com mais de 100 mortos no norte do país, onde se localizam grandes jazidas de gás natural e petróleo cuja exploração foi concedida a multinacionais.
Embora defenda a ideologia islâmica, um estudo acadêmico publicado neste ano afirma que a Al-Shabab de Moçambique tem os objetivos de desestabilizar o país e de abrir espaço para o comércio ilegal de madeira, marfim e rubi, que gera milhões de dólares todos os anos.
(Com EFE)