Ataques aéreos israelenses contra escola em Gaza matam ao menos 48 palestinos
Área próxima a restaurante também foi atingida, enquanto agências de ajuda humanitária alertaram sobre colapso do sistema de saúde de Gaza

Pelo menos 48 pessoas foram mortas, incluindo sete crianças, nesta quarta-feira, 7, em ataques aéreos israelenses contra uma escola e uma área próxima a um restaurante em Gaza que abrigava famílias deslocadas pela guerra.
Dois dos ataques tiveram como alvo a Escola Karama, no bairro de Al-Tuffah, um subúrbio da Cidade de Gaza, matando 15 pessoas abrigadas no local e deixando outras dez feridas, de acordo com a Defesa Civil de Gaza. Entre os mortos estava o jornalista Yehya Sobeih, que havia comemorado o nascimento da filha um dia antes, segundo o Sabaq 24, veículo para o qual trabalhava.
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Mais tarde na quarta-feira, um ataque israelense atingiu uma área próxima à um restaurante e um mercado, matando pelo menos 33 pessoas, incluindo mulheres e crianças, disseram os médicos de Gaza.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) alegaram ter atacado “terroristas que operavam dentro de um centro de comando e controle do Hamas”, mas não forneceram mais informações sobre o ataque.
Sistema de saúde em colapso
Israel impôs um bloqueio a Gaza há dois meses, impedindo a entrada de alimentos, medicamentos, combustível e outros suprimentos ao território onde vivem mais de 2 milhões de palestinos.
Diversas agências de ajuda humanitária alertaram que o bloqueio está levando o devastado sistema de saúde de Gaza a um colapso.
Na segunda-feira, a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino informou que 13 de suas 29 clínicas em Gaza fecharam, enquanto as que permanecem abertas têm “capacidades limitadas”.
A fome é considerada um crime de guerra pelas Convenções de Genebra, pelo Estatuto de Roma e pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Em Gaza, 95% das famílias reduziram a quantidade e a frequência das refeições – parte das crianças pequenas, inclusive, está parando de receber alimentos. A desnutrição suprime o sistema imunológico e, como consequência, aumenta a suscetibilidade a doenças, além de prejudicar o desenvolvimento cognitivo e físico das crianças.
Mais de 2.500 palestinos foram mortos desde que Israel retomou o bombardeio de Gaza em 18 de março, de acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde de Gaza.