Ataque em Tel Aviv deixa 8 feridos em meio a tensões na Cisjordânia
Movimento Hamas assumiu a autoria do ataque, citando forma de interromper operação militar israelense em curso na cidade de Jenin
Um ataque deixou oito pessoas feridas nesta terça-feira, 4, após um carro atropelar pedestres e o motorista ter esfaqueado civis na cidade de Tel Aviv, em Israel. O movimento palestino Hamas assumiu a autoria do ataque, sob a alegações de que seria a única alternativa para interromper a operação militar israelense em curso na cidade de Jenin, na Cisjordânia, iniciada há dois dias.
A ação das Forças de Defesa de Israel (IDF) provocou a morte de ao menos dez pessoas, na faixa dos 16 aos 23 anos, e feriu mais de 100 pessoas. Em comunicado, o governo israelense afirmou se tratar de um “extenso esforço de contraterrorismo na área da cidade de Jenin e do campo de refugiados de Jenin”, tendo como alvo o desmantelamento do “comando e controle” de militantes palestinos.
A incursão israelense chamou atenção das autoridades locais. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou que operação configura “um novo crime de guerra”. Em contrapartida, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, destacou que os militares atuavam “contra redutos terroristas”.
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Como consequência, a infraestrutura da cidade foi diretamente afetada com cortes de luz e de água nos campos de refugiados, provocando a retirada dos residentes dessas áreas. Em resposta, o porta-voz das IDF, Daniel Hagari, defendeu que “oito terroristas” haviam sido abatidos desde o início da atividade das forças de segurança.
“Não é uma invasão em Jenin, não é contra a Autoridade Palestina. Não é contra palestinos inocentes. É contra terroristas neste campo”, defendeu.
Apesar da violência empregada pela IDF para conter os supostos ataques terroristas, o incidente desta terça-feira foi interrompido por um civil armado, que matou o motorista do veículo. Foram enviadas “dezenas de ambulâncias, unidades móveis de terapia intensiva e motocicletas de emergência” para atender os feridos no local, de acordo com o chefe de gabinete do Serviço de Emergência Médica de Israel, Uri Shacham.
Entre os feridos, uma mulher de 46 anos estaria em estado grave. Em uma forma de apoio ao Hamas, a Jihad Islâmica Palestina (PIJ) elogiou o atropelamento seguido de esfaqueamento desta terça-feira, como uma forma de “resposta da resistência ao que está acontecendo em Jenin”.