Ataque contra fila de comida mata 104 em Gaza, dizem autoridades locais
Forças de Defesa de Israel (FDI) teriam aberto fogo contra civis ao redor de um caminhão com suprimentos; outros 760 ficaram feridos
![EDITORS NOTE: Graphic content / Palestinians mourn near bodies at Kamal Edwan Hospital in Beit Lahia, in the northern Gaza Strip, on February 29, 2024, after Israeli soldiers allegedly opened fire at Gaza residents who rushed towards trucks loaded with humanitarian aid amid ongoing battles between Israel and the militant Hamas group. A Gaza emergency doctor said on February 29 that Israeli forces shot dead at least 50 people who rushed towards trucks loaded with humanitarian aid for Gaza City residents. The Israeli army said it was "checking" the reports on the incident, while the United Nations' humanitarian office OCHA said it was "familiar with the reports". (Photo by AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2024/02/000_34KH3JL.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) abriram fogo contra um grupo de palestinos em uma fila de comida nesta quinta-feira, 29, matando ao menos 104 pessoas e ferindo outras 760. O incidente caótico teria ocorrido enquanto os civis se reuniam ao redor de caminhões com suprimentos na Cidade de Gaza.
Logo depois que os palestinos se aglomeraram em torno dos caminhões, tanques e drones israelenses começaram a disparar contra a multidão na rua Haroun Al Rasheed, no oeste da Cidade de Gaza, na área de Sheikh Ajleen.
De acordo com depoimento de um militar israelense à emissora americana CNN, as FDI usaram munição real contra o grupo porque “a multidão se aproximava das forças de uma maneira que representava uma ameaça aos soldados, que responderam à ameaça com fogo real. O incidente está sob revisão”.
O que dizem os palestinos
Testemunhas relataram à mídia internacional e agências de notícias que os caminhões de ajuda humanitária tentaram escapar da área, acidentalmente atropelando outras pessoas e causando ainda mais mortes e feridos. À CNN, Amjad Eleiwa, do pronto-socorro do Hospital Al Shifa, disse que 40 corpos já chegaram ao hospital. O Hospital Kamal Adwan recebeu mais 10 e o Hospital Al Awda, em Jabalya, confirmou a chegada de outros três mortos.
O número de vítimas pode aumentar, já que muitos corpos e pessoas ainda estão nas ruas. Ambulâncias lutam para chegar ao local, porque escombros estão bloqueando o caminho
A Oxfam International condenou o ataque em uma postagem no X, antigo Twitter, dizendo que consiste em uma “grave violação das leis humanitárias internacionais e da nossa humanidade”.