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O provável motivo do ataque com carro que feriu 36 em Munique

Atropelamento atingiu pessoas que participavam de manifestação na terceira maior cidade da Alemanha

Por Redação
Atualizado em 14 fev 2025, 11h59 - Publicado em 14 fev 2025, 11h50

Polícia cerca cena de atropelamento em Munique, na Alemanha. 13/02/2025 (Michaela Stache/AFP)

O suspeito de um ataque com carro contra uma multidão na região central de Munique, que deixou ao menos 36 pessoas feridas, na quinta-feira, 13, teria motivação religiosa “islâmica” e responderá por acusações de tentativa de homicídio, disse o procuradora-chefe local, Gabriele Tilmann, nesta sexta.

Segundo Tilmann, “comunicações” online feitas pelo suspeito, um requerente de asilo de 24 do Afeganistão com passagem pela polícia por roubo, indicavam para extremismo islâmico. Investigadores, no entanto, não encontraram ligações com organizações extremistas, como o Estado Islâmico ou grupos aliados.

“Sou muito cauteloso em fazer julgamentos precipitados, mas com base em tudo o que sabemos agora, eu diria com confiança que havia um motivo islâmico para esse ato”, disse Tilmann, acrescentando que o suspeito havia orado enquanto a polícia o detinha e gritado “Allahu Akbar”, frase árabe que significa Deus é grande.

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O atropelamento atingiu pessoas que participavam de uma manifestação ligada a uma greve organizada pelo sindicato Verdi, do setor de transportes, que reuniu cerca de 1.500 pessoas. Entre os feridos, dois estão em estado grave, incluindo uma criança de dois anos, disse o vice-presidente da polícia de Munique, Christian Huber, na sexta-feira.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o afegão, que foi preso no local do incidente, “tem que ser punido e deixar o país”.

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Identificado apenas como Farhad N, o suspeito chegou à Alemanha em 2016 e seu pedido de asilo foi inicialmente negado, mas ele recebeu permissão temporária para viver e trabalhar no país.

O atropelamento ocorreu a cerca de 1,5 quilômetros do local que sediará a Conferência de Segurança de Munique, prevista para começar na sexta-feira, que reunirá lideranças de países europeus e dos Estados Unidos. O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, que está em Munique, foi ao local do incidente e depositou uma única rosa branca.

“A brutalidade deste ato nos devasta e nos confunde”, disse Steinmeier. “O perpetrador está sob custódia e será levado à justiça de acordo com o estado de direito.”

O ataque chocou a terceira maior cidade da Alemanha às vésperas das eleições parlamentares, marcadas para 23 de fevereiro, alimentando discursos da extrema-direita contra a imigração. O país foi abalado por uma série de ataques violentos nos últimos meses.