Ataque à reunião da Otan no Afeganistão deixa mortos
General afegão e chefe provincial de inteligência foram mortos; comandante nacional das forças da organização sobreviveu ao atentado
Ao menos duas pessoas morreram e 12 ficaram feridas em um ataque nesta quinta (18) reivindicado pelo Talibã contra a sede do governo regional de Kandahar, no Afeganistão. O comandante das forças da Otan no país participava de uma reunião no local no momento do atentado.
Um homem vestido com o uniforme do Exército afegão invadiu o prédio do governo e abriu fogo contra as pessoas que participavam do encontro. O terrorista foi morto no local.
Segundo as primeiras informações, o general Abdul Raziq, um dos principais membros das forças de segurança do país, e o chefe provincial do NDS, o serviço de inteligência do Afeganistão, estão entre os mortos.
O general americano Scott Miller, comandante nacional das forças da Otan, que participava da reunião sobre as medidas de segurança para a eleição legislativa que será realizada no país no sábado, não ficou ferido.
“Os principais alvos do ataque eram o general Miller e o chefe da polícia de Kandahar, o brutal general Abdul Raziq”, anunciou o Talibã, segundo o centro americano de supervisão de sites extremistas.
Considerado um pilar do regime em sua luta contra os insurgentes na província de Kandahar, o general Abdul Raziq já havia sido alvo de uma série de atentados.
Três americanos ficaram feridos na troca de tiros: um civil, um militar e um funcionário de uma empresa de segurança privada. Segundo uma autoridade da segurança de Kandahar, seis guarda-costas de Raziq e dois membros do serviço de inteligência afegão também ficaram feridos.
De acordo com o centro de apoio à mídia no Afeganistão, o NAI, um jornalista também morreu no tiroteio. A identidade das vítimas, contudo, não foi confirmada oficialmente pelo governo local.
Em sua mensagem reivindicando a ação, os talibãs afirmaram que o autor do tiroteio era “um infiltrado”. As forças de segurança isolaram os arredores da sede do governo.
As eleições legislativas no país serão realizadas neste sábado, e as forças de segurança estão em alerta depois que o Talibã e o Estado Islâmico (EI) anunciaram que vão realizar ataques.
Pelo menos 10 candidatos foram mortos em ataques direcionados durante a campanha. Na quarta-feira (17), um ex-general do exército afegão que lutou contra o Talibã e concorria pela reeleição na província de Helmand foi morto em um ataque igualmente reivindicado pelo Talibã.
A campanha eleitoral foi pontuada por ataques durante os comícios eleitorais que deixaram dezenas de civis mortos.
Cerca de 54.000 membros das forças de segurança foram mobilizados para garantir a segurança das 5.000 assembleias de voto. Por motivos de segurança, outras 2.000 não serão abertas.
Em uma declaração na quarta-feira (17), o Talibã pediu aos professores e diretores que “não deixem as escolas se transformarem em centros de votação”.
(Com AFP)