Astronautas americanos podem ficar presos no espaço até 2025, diz Nasa
Dupla à bordo de espaçonave da Boeing decolou para missão de 8 dias há dois meses; eles podem ter que que ser resgatados pela concorrente SpaceX, de Musk
Os dois astronautas americanos a bordo da nave espacial Starliner, da Boeing, que decolou há dois meses em uma missão prevista para durar apenas oito dias, podem ficar presos na Estação Espacial Internacional (ISS) até 2025 se os problemas nos propulsores da espaçonave não puderem ser reparados, afirmou a NASA na noite de quarta-feira 7.
As autoridades da agência espacial americana disseram que os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams, que decolaram em 5 de junho da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, para a primeira missão tripulada da Boeing, podem ter que voltar para casa a bordo da Crew Dragon, nave da concorrente SpaceX, de Elon Musk.
Plano B
A missão da SpaceX também foi adiada, já que deveria partir em agosto. Mas se a Starliner não for considerado segura para voltar à Terra, um potencial plano B seria resgatar os astronautas através da missão da SpaceX, programada para setembro e com retorno previsto para fevereiro de 2025.
Inicialmente, quatro pessoas decolariam na Crew-9, mas a tripulação pode ser reduzida pela metade para deixar dois assentos livres para Wilmore e Williams. Caso isso ocorra, os astronautas ficarão mais de oito meses – ao invés de oito dias – ilhados na Estação Espacial Internacional. Já a Starliner será configurada para retornar à Terra sob o controle de computadores.
Funcionários da Nasa disseram que ainda poderia levar uma ou mais semanas para que uma decisão final sobre o resgate seja tomada.
No início da semana, a Nasa usou um foguete da SpaceX para entregar alimentos e suprimentos, incluindo roupas extras, para os dois astronautas na estação espacial.
Problemas na Starliner
O retorno da Starliner foi adiado algumas vezes após serem detectados vazamentos de hélio e problemas nos propulsores da espaçonave, tornando cada vez mais inviável a realização de uma viagem de volta à Terra em segurança.
O diretor de operações espaciais da Nasa, Ken Bowersox, afirmou que as chances de um retorno não tripulado do Starliner “aumentaram um pouco” com base nas novas pesquisas realizadas durante as últimas semanas.
A Boeing, por sua vez, disse em um comunicado na semana passada que sua “confiança permanece alta no retorno da Starliner com a tripulação”.
A espaçonave entrou em órbita com um ano de atraso após duas tentativas mal sucedidas e gastos de US$1,5 bilhões (cerca de R$ 8,2 bilhões) acima do orçamento.