Argentinos protestam contra medidas de austeridade de Macri
Em ano de recessão, inflação alta e eleição presidencial, movimentos sociais saem às ruas contra o fim dos subsídios na conta de luz, água e gás
Dezenas de milhares de argentinos bloquearam ruas centrais de Buenos Aires nesta quarta-feira, 13, para protestar contra o desemprego alto e as políticas de austeridade fiscal do presidente Mauricio Macri, em especial contra a redução nos subsídios nas contas de eletricidade, água e gás. Este foi o primeiro ato público contra o governo de Macri neste ano em que ele concorrerá à reeleição em outubro.
Segundo o jornal Perfil, a manifestação desta quarta-feira foi convocada por seis movimentos sociais e sindicatos – todos alinhados ao peronismo e a outros partidos de oposição ao governo de Macri. Entre eles estavam a Confederação dos Trabalhadores da Economia Popular (CTEP) e a Frente Popular Darío Santillán. Cartazes com o retrato de Evita Perón eram carregados por manifestantes.
Um dos participantes, que se identificou como Alberto, levou sua filha de um ano para a marcha, na qual protestava por não conseguir arrumar emprego e receber pouca ajuda do Estado. “Se não há trabalho, não terei nada para deixar para meus filhos”, afirmou ele.
Houve três concentrações dos movimentos sociais no centro da capital argentina, que terminou na frente do prédio do Ministério de Desenvolvimento Social. A ministra Carolina Standley criticou os movimentos sociais por organizarem os protestos de forma a atrapalhar a mobilidade de milhares de argentinos.
“Não me parece necessário usar meios extorsivos como o bloqueio de ruas porque geram muitos incômodos aos argentinos que querem trabalhar”, declarou.
Além do reflexo da economia em recessão e de suas medidas impopulares, Macri deverá enfrentar sua antecessora, a populista Cristina Kirchner, nas eleições de outubro. O argentino comum, por sua vez, enfrentará mais um ano de inflação alta, de desemprego e de taxas de juros elevadas. O Produto Interno Bruto (PIB) deve fechar 2019 com recuo de 1,8%.
No ano passado, a redução foi de 2,6%, a inflação acumulada alcançou 30% e a taxa de juros básica, 60%. A situação poderia ter piorado agudamente sem a ajuda de 57 bilhões de dólares com Fundo Monetário Internacional (FMI) que, como contrapartida, traz o compromisso de reajuste nas contas públicas e de redução do endividamento público.
(Com Reuters)