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Argentina paralisada em primeira greve geral contra Macri

A paralisação coincide com a realização em Buenos Aires do primeiro Fórum Econômico Mundial dedicado à América Latina (WEF Latam)

Por Da redação
Atualizado em 6 abr 2017, 16h22 - Publicado em 6 abr 2017, 12h31

A Argentina amanheceu nesta quinta-feira apagada: sem voos nacionais ou internacionais, com todos os meios de transporte públicos parados e com ruas bloqueadas devido a uma greve geral de 24 horas contra o modelo econômico aplicado há dezesseis meses pelo presidente Mauricio Macri. A greve convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) começou à meia-noite desta quinta-feira e afeta indústrias, serviços bancários e as áreas da saúde e da educação. Manifestações foram marcadas em todo o país.

Segundo o jornal local La Nación, seis pessoas foram presas e quatro ficaram feridas em um enfrentamento entre as forças de segurança argentinas e os manifestantes na estrada Panamericana nesta manhã, em Buenos Aires. Relatos no local revelaram que os protestantes atacaram os guardas com objetos cortantes e pedaços de madeira, que reagiram usando canhões de água e gás lacrimogênio.

Uma forte mobilização policial tentava evitar o bloqueio das entradas da capital, onde centenas de militantes de organizações sociais e grupos de esquerda chegaram desde a madrugada. O governo também anunciou uma operação de segurança que terá por objetivo garantir a livre circulação dos que não quiserem aderir à paralisação.

“Há um mal-estar enorme porque a política econômica não deu resultados” com seu modelo liberal de maior abertura às importações e flexibilidade trabalhista, declarou Juan Carlos Schmid, secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho, controlada pelo opositor peronismo. Segundo Schmid, nos dezesseis meses de Macri no poder “se destruiu mais emprego que se criou e o custo recaiu sobre os assalariados e os setores vulneráveis”, disse ao canal TN.

O dito mal-estar que motivou a greve é resultado de uma política econômica cujos resultados ainda não refletem no dia a dia da população. Apesar da reabertura do mercado, do lucro do setor financeiro e dos recordes batidos pela bolsa argentina a cada semana, a produção industrial está em queda há treze meses. Os trabalhadores, especialmente os informais, estão sofrendo com uma inflação que no ano passado chegou a 40% e o consumo só se retrai.

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A terceira maior economia da América Latina caiu 2,3% no primeiro ano do governo de Macri e apenas em janeiro houve uma leve recuperação, ainda imperceptível para a classe média e trabalhadora. A pobreza aumentou e alcança 32,9% dos argentinos.

Fórum Econômico Mundial

A paralisação coincide com a realização em Buenos Aires do primeiro Fórum Econômico Mundial dedicado à América Latina (WEF Latam), que reunirá políticos, banqueiros e empresários no  bairro de Puerto Madero, sob fortes medidas de segurança. Organizações sociais marcaram uma passeata rumo ao hotel Hilton, que abriga o fórum, a partir das 11h locais (mesmo horário de Brasília), quando Macri abrirá o evento organizado pela fundação suíça que realiza o encontro anual em Davos.

Apesar da preocupação de muitos especialistas sobre como a greve pode afetar o Fórum Econômico Mundial, muito se fala sobre a oportunidade de a Argentina mostrar ao mundo o respeito aos direitos de manifestação popular e aos coletivos e sindicatos do país. “Acredito que as paralisações são uma antiga ferramenta, agora com um governo aberto ao diálogo”, declarou a vice-presidente, Gabriela Michetti, ao canal de notícias TN, minutos após o início da greve.

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Além do desenvolvimento econômico, o painel deve abordar a atual situação política da América Latinha também. Os recentes acontecimentos na Venezuela, Equador e Paraguai devem certamente ser discutidos pelos mais de 1.200 convidados e representantes de empresas, governos e ONGs do Fórum.

(Com AFP)

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