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Após vídeo, Israel muda versão sobre assassinato de 15 paramédicos palestinos

Gravação do momento em que militares israelenses abrem fogo contra profissionais da saúde contradiz versão inicial do Exército sobre o caso

Por Sara Salbert, Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 abr 2025, 11h06

O Exército de Israel mudou no domingo, 6, sua versão sobre o assassinato de 15 paramédicos e socorristas palestinos na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, no mês passado, depois da publicação de um vídeo que captura o momento em que os militares abrem fogo contra o grupo, contradizendo o relato do governo israelense de que os veículos em que as vítimas circulavam estavam com os faróis apagados e se movimentavam de maneira “suspeita”.

Os profissionais da saúde foram mortos a tiros em 23 de março e enterrados em uma vala comum, onde seus corpos foram encontrados uma semana depois por oficiais das Nações Unidas e do Crescente Vermelho Palestino.

O Exército israelense disse inicialmente que abriu fogo contra os funcionários de saúde porque os veículos estavam “avançando de forma suspeita” no escuro, sem faróis ou sinais de emergência. Os militares alegaram que o envio do veículo não foi coordenado com Israel com antecedência e que o local era considerado uma “zona de combate ativa”.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) também afirmaram que nove militantes do grupo radical palestino Hamas e da Jihad Islâmica Palestina foram mortos na ocasião.

No entanto, um vídeo recuperado do celular de um dos palestinos mortos e publicado pelo Crescente Vermelho Palestino mostrou que os paramédicos e socorristas assassinados estavam uniformizados e circulavam em ambulâncias e caminhões de bombeiros claramente identificados e com os faróis acesos. A gravação também capturou o momento em que os trabalhadores palestinos são alvejados pelos soldados israelenses.

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O único sobrevivente identificado do incidente, o paramédico do Crescente Vermelho Palestino Munther Abed, também afirmou ter visto os militares abrindo fogo contra veículos de emergência claramente identificados.

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Após o vídeo circular nas redes sociais, uma autoridade militar israelense disse no sábado à noite sob condição de anonimato que os investigadores estavam examinando o vídeo e que as conclusões deveriam ser apresentadas aos comandantes do exército no domingo. “O que entendemos atualmente é que a pessoa que deu o relato inicial está enganada. Estamos tentando entender o porquê”, acrescentou o oficial.

Como foi o ataque

O episódio ocorreu em 23 de março, um dia após a retomada da ofensiva israelense em Rafah, cidade superpovoada que fica próxima à fronteira com o Egito. A organização humanitária Sociedade do Crescente Vermelho Palestino informou que uma ambulância foi enviada para recolher as vítimas de um ataque aéreo nas primeiras horas daquele dia e chamou uma ambulância de apoio.

O primeiro veículo chegou ao hospital em segurança, mas o contato com a ambulância de apoio foi perdido às 3h30. Um relatório inicial apontou que ela foi alvejada e que os dois paramédicos que estavam nela foram mortos. Depois, um comboio de cinco veículos, incluindo ambulâncias, caminhões da Defesa Civil e dois carros do Ministério da Saúde foram enviados para resgatar os corpos.

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Esse comboio foi, então, atacado. Oito dos mortos eram do Crescente Vermelho, seis da defesa civil e um era um funcionário da ONU. Um dos paramédicos da missão estava em uma ligação quando o ataque ocorreu, de acordo com o diretor do programa de saúde do Crescente Vermelho, Bashar Murad. Após os tiros, ele disse que “estava ferido e pediu ajuda, e que outra pessoa também estava ferida”.

“Alguns minutos depois, durante a ligação, ouvimos o som de soldados israelenses chegando ao local, falando em hebraico. A conversa era sobre reunir a equipe, com declarações como, ‘Reúna-os no muro e traga algumas amarras para amarrá-los.’ Isso indicou que um grande número da equipe médica ainda estava vivo”, afirmou Murad.

Há evidências de que uma pessoa foi detida e depois assassinada, já que o corpo foi encontrado com as mãos amarradas, informou um oficial da organização humanitária Sociedade do Crescente Vermelho Palestino. Outro trabalhador da ONG que estava envolvido na missão permanece desaparecido.

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