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Após maior ataque aéreo da guerra, Trump indica novas sanções e UE busca alinhamento

Forças russas atingem usina termelétrica na região de Kiev em ataque noturno, ação provocou blecautes e interrupções no fornecimento de gás

Por Ernesto Neves Atualizado em 8 set 2025, 11h22 - Publicado em 8 set 2025, 11h04

Forças russas atingiram, na madrugada desta segunda-feira (8), uma usina termelétrica na região de Kiev, provocando blecautes localizados e interrupções no fornecimento de gás.

O ataque, confirmado pelo Ministério da Energia da Ucrânia, marca a continuidade da ofensiva russa contra a infraestrutura do país e ocorre um dia após Moscou lançar a maior ofensiva aérea desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.

“O objetivo é claro: causar ainda mais sofrimento à população civil, deixando casas, hospitais, creches e escolas sem luz e sem aquecimento”, afirmou o ministério em comunicado divulgado no Telegram. Equipes de resgate e técnicos foram mobilizados para restabelecer os serviços.

A operadora de energia Ukrenergo informou que instalações em várias regiões foram atingidas, mas que a maior parte dos consumidores teve a eletricidade restaurada já nesta manhã.

Ainda assim, os danos foram significativos: segundo o governador da região de Kiev, Mykola Kalashnyk, a rede de gás local também foi comprometida, afetando mais de 8 mil propriedades em oito municípios, que permanecerão sem fornecimento por pelo menos dois dias.

A Rússia confirmou o bombardeio. Desde o início da invasão, Moscou tem sistematicamente mirado o sistema energético da Ucrânia, em uma estratégia de desgaste para enfraquecer a resistência e dificultar a vida da população durante os meses de frio.

Nos últimos invernos, ofensivas semelhantes causaram apagões massivos e expuseram a vulnerabilidade do sistema.

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Segundo Serhiy Kovalenko, CEO da empresa de energia Yasno, os ataques às instalações elétricas se intensificaram nas últimas semanas.

“Claro que ninguém sabe o que acontecerá neste outono, mas, diante dos ataques recentes, não há motivo para otimismo”, disse em mensagem na rede X.

O Kremlin, por sua vez, reafirma que sanções e pressões externas não mudarão sua postura em relação à guerra.

Para analistas, a ofensiva contra o setor energético tem também caráter estratégico: além de fragilizar o cotidiano da população, busca pressionar aliados ocidentais da Ucrânia a rever seu apoio diante do risco de colapso humanitário.

Pressão internacional

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O principal negociador da União Europeia para sanções está em Washington nesta segunda-feira (8) para encontros com autoridades americanas, após Donald Trump declarar que pretende adotar novos embargos contra a Rússia por causa da guerra na Ucrânia.

David O’Sullivan, representante europeu para sanções, discute com seus pares nos EUA alternativas para intensificar a pressão sobre Vladimir Putin, depois de Moscou lançar no fim de semana o maior ataque aéreo desde o início do conflito.

Antes da viagem, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, exaltou a cooperação transatlântica e destacou que os EUA seguem firmes no apoio a Kiev.

A Comissão Europeia confirmou que Ursula von der Leyen conversou por telefone na sexta-feira com o vice-presidente americano, JD Vance, tratando exclusivamente da situação ucraniana.

No domingo, questionado na Casa Branca se estava pronto para iniciar uma “segunda fase” de sanções, Trump respondeu: “Sim, estou”, sem fornecer detalhes.

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tu9O republicano ainda mencionou que receberia “alguns líderes europeus” nesta semana e que em breve conversaria com Putin.

Trump já ameaçou medidas mais duras contra Moscou, mas em ocasiões anteriores deixou prazos expirar sem ações concretas.

Em Helsinque, nesta segunda-feira, Costa afirmou que UE e EUA estão “harmonizando esforços para alinhar as sanções, aumentar sua eficácia” e pressionar Putin a negociar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Segundo ele, o bloco precisa não só reforçar restrições à Rússia, mas também aplicar “sanções secundárias” a países que compram gás e petróleo russos.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, condenou os ataques de Moscou, classificados como uma nova escalada. Berlim afirmou que apoiaria a entrada dos EUA em uma frente mais rigorosa de restrições contra o Kremlin.

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No fim de semana, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, sugeriu que Washington e Bruxelas poderiam impor tarifas a nações que continuam importando petróleo russo.

Ele advertiu que a disputa é uma corrida entre a resistência do Exército ucraniano e a capacidade da economia russa de sobreviver.

A Casa Branca já aplicou tarifas de 50% sobre produtos da Índia em reação às compras de petróleo russo com desconto, mas evitou medidas semelhantes contra grandes consumidores como a China.

A ideia de sanções secundárias é delicada para a UE, que busca concluir novos acordos comerciais, inclusive com a Índia, até o fim do ano, em meio às tarifas americanas que têm abalado o comércio internacional.

O foco dos EUA em energia russa também expõe divergências internas no bloco, sobretudo com Hungria e Eslováquia, que resistem aos planos de eliminar combustíveis fósseis de Moscou até 2028.

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Os premiês Viktor Orbán e Robert Fico, próximos de Trump e amistosos com Putin, criticam abertamente a estratégia de Bruxelas.

Segundo o secretário de Energia dos EUA, Christ Wright, se a Europa encerrar as compras de combustíveis fósseis russos, isso teria “com certeza” um impacto positivo na disposição de Washington em adotar sanções mais agressivas.

A UE já se comprometeu a importar US$ 750 bilhões em petróleo, gás e produtos nucleares americanos até 2028.

Desde fevereiro de 2022, quando começou a invasão em larga escala, o bloco europeu aprovou 18 pacotes de sanções contra a Rússia.

O mais recente, em julho, reduziu o teto de preços do petróleo russo, fechou brechas no comércio de derivados e proibiu navios que transportam energia russa de atracar em portos da região.

No sábado, a Rússia lançou sua ofensiva aérea mais intensa, incendiando a sede do governo em Kiev e matando ao menos quatro pessoas, entre elas uma mãe e seu bebê.

Zelensky afirmou que Putin está testando a reação internacional para ver “se aceitam ou toleram” e pediu aos aliados que imponham novas sanções e tarifas mais duras contra Moscou.

O Kremlin respondeu nesta segunda-feira, via agência estatal RIA, que nenhuma punição levará a Rússia a mudar sua postura na guerra.

“Europa e Ucrânia estão fazendo de tudo para atrair os EUA para sua esfera de influência”, disse o porta-voz Dmitry Peskov.

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