Após Itália, Alemanha aumenta controle na fronteira para combater migração
Países fronteiriços, como Polônia e República Tcheca, seguem mesma política restritiva do governo alemão

A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, anunciou nesta quarta-feira, 27, um controle mais rígido sobre as fronteiras do país com a Polônia e a República Tcheca. A medida conta com o apoio das nações vizinhas, e representa mais uma resposta dura para a questão migratória na Europa.
“Se não conseguirmos proteger melhor as fronteiras externas, as fronteiras abertas dentro da União Europeia estarão em perigo”, disse Faeser a repórteres em Berlim, sem detalhar as novas medidas. Ela apontou apenas que um dos principais alvos, agora, são os contrabandistas de pessoas.
Desde o início do ano, a Alemanha enfrenta um aumento vertiginoso de entradas irregulares no país. Os pedidos de silo cresceram 78% nos primeiros sete meses de 2023. Em agosto, o número de imigrantes ilegais alcançou a marca de 14.701 pessoas, um aumento de 66% em relação ao mesmo período no ano passado, segundo a polícia alemã.
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O presidente da polícia tcheca, Martin Vondrasek, afirmou que a sua corporação intensificou os controles aleatórios nos limites com a Eslováquia e nas estradas que levam para a Alemanha. A Polônia, em meio à corrida eleitoral, começou a realizar mais verificações em veículos eslovacos desde terça-feira 26.
“A decisão de hoje da Alemanha é o resultado da atividade na rota de migração dos Balcãs Ocidentais. O governo polonês acredita que é necessário fortalecer as fronteiras do sul da Europa para evitar tal situação. Isso precisa ser resolvido”, disse o porta-voz de Varsóvia, Piotr Muller, à agência de notícias Reuters.
O mês de outubro será marcado também por eleições estaduais na Alemanha. A crise migratória é um dos pontos mais explorados por candidatos da extrema direita, que pode finalmente obter maior participação política. Algumas cidades pediram mais verbas federais para lidar com os recém-chegados, e apontam para a sobrecarga em abrigos.
Em 2015, a nação acolheu mais de 1 milhão de refugiados de guerra, vindos do Oriente Médio. Na sequência, houve uma segunda grande onda migratória , quando os alemães abriram as portas para os ucranianos vitimados pela invasão russa no ano passado.
A crise gerada pelo excesso de imigrantes ganhou o mais novo capítulo nos últimos meses, quando a ilha de Lampedusa, na Itália, recebeu milhares de africanos. A estridente primeira-ministra Giorgia Meloni, de extrema direita, também ampliou os controles de suas fronteiras e declarou que seu país não pode virar “o campo de refugiados da Europa”.