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Após encontro com Biden, opositor de Maduro convoca Exército a garantir ‘respeito à vontade popular’

Reunião na Casa Branca faz parte de uma "turnê diplomática" de González Urrutia, que já passou por Argentina e Uruguai

Por Da Redação
Atualizado em 6 jan 2025, 16h56 - Publicado em 6 jan 2025, 15h27

Edmundo González Urrutia, porta-estandarte da oposição da Venezuela que disputou as eleições presidenciais contra Nicolás Maduro em julho passado e, segundo projetos internacionais e independentes de checagem de votos, teria vencido a eleição, se encontrou nesta segunda-feira, 6, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Washington. A reunião faz parte de uma “turnê diplomática” do líder, que já passou por Argentina e Uruguai.

“Tivemos uma conversa longa, frutífera e cordial com o presidente Biden e sua equipe”, disse Gonzalez a jornalistas após a reunião na Casa Branca. “Nossa equipe está em contato com a equipe do presidente Trump”, disse sobre o presidente eleito dos EUA.

Desde 2015, os Estados Unidos vêm aplicando sanções contra a Venezuela. Em 2017, o então presidente Donald Trump endureceu as restrições excluindo o acesso do país ao mercado de crédito americano. Em 2018 e 2019, foram aplicadas sanções contra o comércio de ouro e petróleo da Venezuela. Em 2023, as sanções foram parcialmente flexibilizadas, retomando parte do comércio de petróleo com os EUA.

Durante a viagem, González tentou ao máximo reforçar pedidos de apoio aos militares. Em vídeo, afirmou que “nossa Força Armada Nacional está convocada a garantir a soberania e o respeito à vontade popular”.

“É preciso terminar com a cúpula que desvirtuou os princípios fundamentais e morais da nossa Força Armada, e muitos já manifestaram vontade de mudança”, disse.

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Desde setembro, o ex-diplomata de 75 anos está exilado na Espanha, mas reiterou diversas vezes que voltará a Caracas para ascender ao cargo na data da posse, na próxima sexta-feira, 10 de janeiro.

Embora a oposição entenda que não há chance de assumir a Presidência sem apoio dos militares, o apoio a uma revolta militar, no entanto, é visto com ceticismo entre analistas, à medida que a alta cúpula do Exército é ligada ao regime desde os tempos de Hugo Chávez, antecessor de Maduro. Nas eleições de julho, por exemplo, os militares declararam a vitória de Maduro antes mesmo dos primeiros resultados serem divulgados.

Na semana passada, o governo venezuelano chegou a anunciar uma recompensa de 100.000 dólares (cerca de 615.800 reais, na cotação atual) por informações que levem à captura de González Urrutia. Nas redes sociais, a polícia venezuelana publicou uma foto de González com a palavra “Procurado”. Autoridades judiciais em Caracas disseram à AFP que a mesma imagem será exibida em aeroportos e postos de controle da polícia em todo o país.

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A Espanha concedeu asilo a González oficialmente em 20 de dezembro, depois que o regime de Maduro anunciou acusações de conspiração e extorsão, entre outras, contra o opositor.

O Conselho Nacional Eleitoral e o Tribunal Superior de Justiça, ambos cooptados por forças pró-Maduro, declararam o líder bolivariano reeleito para um terceiro mandato de seis anos na votação de julho. A oposição, porém, contestou o resultado oficial, que não foi respaldado com evidências. Já a Plataforma Unitária Democrática (PUD), coalizão de onze partidos que se uniram contra o atual regime no pleito com González como porta-estandarte, divulgou o que diz ser 80% das atas eleitorais, que mostram que seu candidato venceu com folga.

O governo tem resistido à intensa pressão interna e no exterior para divulgar os resultados desagregados, por seção eleitoral, da votação que comprovem sua suposta vitória. Uma onda de protestos tomou as ruas de toda a Venezuela após a eleição e sofreram intensa repressão: em meio a confrontos com a polícia, 28 pessoas morreram, 200 ficaram feridas e mais de 2.400 foram presas.

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Três dos detidos morreram na prisão, e quase 1.400 foram posteriormente soltos.

Maduro foi escolhido a dedo pelo falecido ícone socialista Hugo Chávez para sucedê-lo após sua morte em 2013. Desde então, ele presidiu sobre a deterioração do país rico em petróleo, agora em ruína econômica, e foi acusado de agir cada vez mais como um ditador. Nos últimos 14 anos, mais de 7,7 milhões de pessoas deixaram o país, enquanto a economia encolheu cerca de 80%.

Apenas um punhado de nações, incluindo a Rússia, a China, e o Irã, clube dos autocratas que ajudam a manter a economia da Venezuela viva, ainda que por aparelhos, reconheceu Maduro como o vencedor da eleição de julho. Os Estados Unidos e a União Europeia, bem como uma série de países latino-americanos, reconheceram González como “presidente eleito”. O Brasil disse que não validará nenhum resultado sem que o governo venezuelano publique as atas e sugeriu novas eleições.

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