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Após discurso de Netanyahu na ONU, Israel ataca suposto QG do Hezbollah em Beirute

Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), a sede da milícia estava localizada abaixo de prédios residenciais na capital libanesa

Por Paula Freitas Atualizado em 27 set 2024, 19h44 - Publicado em 27 set 2024, 14h01

As Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram nesta sexta-feira, 27, a suposta sede da milícia libanesa Hezbollah em Beirute, capital do Líbano, pouco depois do discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Segundo o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, a sequência de explosões tinha como objetivo alvejar o QG, que estaria localizado abaixo de prédios residenciais.

Acredita-se que o alvo era o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. Na última semana, Israel matou uma série de membros do grupo libanês, incluindo o chefe da unidade aérea, Muhammad Hossein Sarur; o chefe de foguetes e mísseis, Ibrahim Qubaisi; e o chefe das operações militares, Ibrahim Aqil.

Ainda não há informações sobre mortos e feridos, mas o bombardeio é considerado um mega-ataque. Quatro prédios foram destruídos no bairro de Haret Hreik, segundo a TV Al-Manar, do Hezbollah, e casas a mais de 30 quilômetros sentiram as janelas sacudirem pelo impacto. Em Beirute, o céu foi pintado por uma fumaça preta e laranja. Ambulâncias foram vistas a caminho do local, informou a agência de notícias Associated Press.

Funcionários de hospitais da região disseram à Associated Press que ao menos dez feridos estão sob atendimento, três em estado crítico. Entre eles, há uma criança síria. Apenas na manhã desta sexta-feira, 25 pessoas foram mortas em ataques israelenses. O número de vítimas registradas na última semana ultrapassa a marca de 600 pessoas.

No discurso na ONU, Netanyahu afirmou que Israel trava uma batalha pela vida contra “inimigos selvagens” que querem a aniquilação do país, citando também a possibilidade de retaliação contra qualquer ataque lançado pelo Irã ao território israelense. Ele também disse que não está em guerra contra a população libanesa, mas contra o Hezbollah, por ter “sequestrado o Líbano”.

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“Milícias do Irã na Síria e no Iraque bombardearam Israel dezenas de vezes no último ano. Abastecidos pelo Irã, terroristas palestinos fizeram vários ataques lá e por Israel. Pela primeira vez, o Irã atacou diretamente Israel a partir de seu próprio território, disparando 300 drones e mísseis contra nós”, disse. “Tenho uma mensagem para os tiranos em Teerã: se vocês nos atacarem, nós vamos atacar vocês. Não há um lugar no Irã que Israel não possa atingir.” 

+ Em sessão da ONU esvaziada por boicote, Netanyahu justifica guerra e manda recado ao Irã

Situação no Líbano

O ataque é mais um dos desdobramentos da escalada de tensão entre Israel e Hezbollah, que trocam tiros na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro do ano passado. A instabilidade na região foi agravada na semana passada após uma série de pagers, principal forma de comunicação da milícia libanesa, e walkie-talkies explodirem no Líbano, em ataque atribuído ao governo israelense.

Em meio ao aumento da violência, Israel rejeitou uma proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, apresentada pelos Estados Unidos, França e um grupo de países, na quinta-feira 26. O plano pedia uma suspensão imediata nas hostilidades por 21 dias, para que uma solução diplomática fosse alcançada antes que o conflito se transforme em uma guerra mais ampla.

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