A porta-voz do governo do presidente do Donald Trump, Karoline Leavitt, afirmou nesta terça-feira, 19, que os Estados Unidos vão usar “toda a força” contra o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.
“Maduro não é um presidente legítimo. Ele é um fugitivo e chefe de um cartel narcoterrorista acusado de tráfico de drogas. Trump está preparado para usar toda a força americana para deter o tráfico de drogas”, disse Leavitt. A movimentação ocorre após o governo americano dobrar para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura de Maduro.
Um dia antes, na segunda-feira, a agência de notícias Reuters publicou, com base em fontes familiarizadas com o assunto, que três navios de guerra americanos com mísseis guiados chegarão à costa da Venezuela nas próximas 36 horas.
Os navios mandados para a costa venezuelana são o USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson, segundo as fontes. Estima-se que cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais serão deslocados para o sul do Caribe, com o intuito de combater cartéis de narcotráfico considerados organizações terroristas pelo governo Trump. Além disso, os recursos militares na região abrangerá aviões espiões P-8, outros navios de guerra e ao menos um submarino de ataque, que operarão no espaço aéreo e nas águas internacionais.
As embarcações podem ser empregadas para diferentes finalidades, de operações de inteligência vigilante a ataques direcionados contra a terra firme, disse uma autoridade americana à Reuters sob condição de anonimato. Trata-se de um aumento das tensões na região. Ainda na segunda-feira, Maduro reiterou, sem citar nominalmente os EUA, que a Venezuela “defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras” contra “a ameaça bizarra e absurda de um império em declínio”.
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+ Maduro convoca 4,5 milhões de milicianos chavistas diante de ameaças dos EUA
Resposta de Maduro
Em paralelo, o ditador venezuelano também mobilizou 4,5 milhões de milicianos chavistas em todo o país. Ele apresentou a medida como uma estratégia de segurança, mas ela coincide com a crescente pressão dos EUA. Em discurso, Maduro orientou as milícias a permanecerem “preparadas, ativadas e armadas”, embora não tenha especificado em quais áreas essas forças estarão concentradas.
A secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, destacou que, recentemente, foram apreendidos US$ 700 milhões em ativos ligados a Maduro. O líder do regime chavista não só violou as leis de narcóticos americanas e tomou o poder de forma não democrática na Venezuela, mas também tem ligações com grupos criminosos, como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, e é líder do Cartel de los Soles “há mais de uma década”, segundo o governo americano.
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Durante o ato, ele também criticou atores externos, acusando a Fundação Rosa Luxemburgo, sediada na Alemanha, de financiar indivíduos que já foram esquerdistas ou que se fingiam de esquerdistas para “atacar o regime de dentro”.
“Potências europeias e o imperialismo promovem a retórica de esquerda, tentando minar a unidade popular que devemos solidificar permanentemente com a verdade, o trabalho, a luta, o sacrifício e as soluções para os problemas do nosso povo”, afirmou. Segundo Maduro, os grupos infiltrados se passam por chavistas há anos e estão sendo investigados.
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Não é a primeira vez que ele lança acusações contra organizações estrangeiras. Em 11 de agosto, Maduro alegou que várias ONGs que se dizem pró-Chávez na Venezuela são financiadas pelo Departamento de Estado americano, pela USAid (agência humanitária do governo dos Estados Unidos, que Trump desmantelou) e pela CIA, com o objetivo de esconder os “terroristas” responsáveis pela “destruição” após as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024.