Após confusão, armada americana se aproxima da Coreia do Norte
Carl Vinson chega ao Mar das Filipinas para exercícios navais com o Japão; mal entendido sobre posição do porta-aviões gerou críticas para Donald Trump
O porta-aviões americano USS Carl Vinson e sua escolta iniciaram neste domingo 23 exercícios navais com o Japão, informou a Marinha dos Estados Unidos, em um momento de crescente tensão regional provocada pelos programas balístico e nuclear da Coreia do Norte.
Os exercícios acontecem no Mar das Filipinas. O porta-aviões americano USS Carl Vinson e sua escolta, dois destróieres lança-mísseis e um cruzeiro também lançador de mísseis, “continuam sua rota para o norte no Pacífico Oeste”.
Uma confusão sobre a posição exata do porta-aviões dominou as notícias no fim da semana passada. O presidente americano Donald Trump engrossou a voz para cima do ditador norte-coreano Kim Jon-un e deu a entender que o Carl Vinson seguia para a península coreana. Na realidade, porém, o porta-aviões ia em direção à Austrália para exercícios programados e, só depois, seguiria para a vizinhança coreana.
O episódio gerou descontentamento entre aliados dos Estados Unidos e até piadas. A armada poderosa, como anunciou Trump, foi apelidada de “armada fantasma” e chamada de fiasco pela imprensa americana.
No sábado 22, o vice-presidente americano, Mike Pence, declarou em Sydney que o porta-aviões chegaria nos próximos dias ao Mar do Japão. Os exercícios navais devem durar vários dias e contar com a presença de dois navios japoneses.
Pence advertiu durante a semana que Washington responderia a qualquer ataque de Pyongyang de maneira “avassaladora e eficaz”.
A Coreia do Norte trabalha na confecção de um míssil balístico intercontinental com capacidade de transportar uma ogiva nuclear até o continente americano. Há várias semanas, analistas especulam sobre um sexto teste nuclear iminente do regime norte-coreano.
Pyongyang endureceu o tom nas últimas semanas, com ameaças de represálias inclusive contra aliados regionais dos Estados Unidos, como Japão e Coreia do Sul, onde estão presentes forças americanas, mas também a Austrália.
Neste domingo 23, o regime Kim ameaçou afundar o porta-aviões americano “com um único ataque”.
(Com a AFP)