Após atentado, Rússia alista 16 mil novos recrutas para guerra na Ucrânia
Governo russo diz que autores de ataque nos arredores de Moscou, que deixou 144 mortos e dezenas de feridos, fugiriam para Kiev
![A Russian serviceman walks past a poster reading "Russia" placed in front of a circus in Southern Russian city of Rostov-on-Don on September 7, 2023, prior to Russia's local elections. Prigozhin, good or bad? In Russia, war or no war? In Rostov-on-Don, the short-lived capital of the Wagner group during its mutiny, the paradoxes and unrest within the Russian population are increased tenfold. On the flip side: everything is normal, as the Kremlin assures us. This weekend, local elections are planned in this large city located near the Ukrainian border and logistics center of the Russian army. (Photo by Olga MALTSEVA / AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/09/000_33UN4CQ.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O Ministério da Defesa da Rússia informou, nesta quarta-feira, 3, que 16.000 novos recrutas foram alistados em centros de recrutamento nas últimas semanas, na esteira do atentado terrorista nos arredores de Moscou que deixou 144 mortos e dezenas de feridos.
“Foi registrada alta significativa do número de pessoas que querem assinar contrato na última semana”, afirmou a pasta em comunicado publicado no Telegram. “No total, 16 mil cidadãos assinaram contratos para participar da operação militar especial nos últimos 10 dias”.
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O tempo citado pelo ministério coincide com o ataque à casa de shows Crocus City Hall, o mais mortal do país em duas décadas, reivindicado pelo Estado Islâmico. O presidente russo, Vladimir Putin, no entanto, afirmou que o ataque seria “obra de islamistas radicais” que queriam fugir para a Ucrânia, tentando envolver Kiev, que nega qualquer envolvimento. Autoridades ocidentais também afirmam que o ataque seguiu o modus operandi do grupo radical islâmico.
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No final de dezembro, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, traçou a meta de aumentar o número de “militares com contrato” em 745.000 pessoas até o final deste ano, chegando a um total de 1,5 milhão de soldados.
Do outro lado da guerra, Kiev também tenta aumentar seu efetivo. Nesta quarta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou uma lei que vai reduzir a idade mínima de recrutamento do país de 27 para 25 anos.
O parlamento ucraniano aprovou a medida em maio de 2023, afirmando ser “inapropriado” que “um número significativo de cidadãos” aptos para o serviço militar não pudesse ser convocado, mas Zelensky só a sancionou agora. Ainda não está claro quantos homens serão afetados pela mudança.
A medida ocorre ao passo que a Ucrânia luta para fortalecer seu exército após a guerra ter completado dois anos, em fevereiro.
No início desta semana, a agência de inteligência do Reino Unido divulgou um relatório que revelou que a Rússia possui um número significativamente maior de soldados e munições na linha de frente leste do que a Ucrânia – e é capaz de reabastecer as suas forças com 30 mil soldados por mês.