Apesar do cessar-fogo, terceiro dia de conflitos no Sudão soma 185 mortos
O exército oficial e líderes paramilitares concordaram em uma pausa humanitária para que civis recebam atendimento médico e comprem suprimentos
Os combates entre exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) pelo controle do Sudão chegam ao terceiro dia nesta terça-feira, 18. As autoridades locais e os líderes rebeldes concordaram em uma pausa humanitária de 24 horas nos combates, para que civis recebam atendimento médico e comprem suprimentos, em meio à marca de 185 mortos desde o início do conflito.
Próximo ao aeroporto de Cartum, capital do país, e às áreas residenciais, o quartel-general do exército tornou-se o novo foco dos ataques. Hospitais também estão na mira do grupo paramilitar, de acordo com a emissora americana CNN. A fuga às pressas fez com que bebês fossem abandonados na terapia intensiva sem qualquer cuidado médico.
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Segundo relatos de moradores da capital, três crianças foram mortas meia hora antes cessar-fogo. Ainda de acordo com a CNN, o embate entre as forças adentrou o tempo determinado para o início da trégua, e a maioria das vítimas faleceu devido a balas e mísseis perdidos.
A organização humanitária Cruz Vermelha destacou que, apesar da importância da pausa no conflito, 24 horas não são suficientes para prestar atendimento aos feridos, já que o sistema de saúde local está à beira do colapso.
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Além disso, membros da ONG relataram que estão recebendo pedidos de ajuda de moradores de Cardum presos em suas casas sem energia elétrica. Outras regiões do país, como Darfur, também são alvo de ataques.
A escalada do conflito gerou um alerta do chefe de ajuda humanitária das Nações Unidas, Martin Griffiths, que expressou preocupação por denúncias de que trabalhadores humanitários estão sendo atacados e agredidos sexualmente no Sudão. Ainda no último sábado, três funcionários do Programa Mundial de Alimentos da organização internacional foram assinados por rebeldes.
Não é a primeira vez que o Sudão é palco de conflitos políticos. Em 2019, o líder de longa data Omar al-Bashir foi deposto por militares depois que uma série de protestos eclodiram no Estado, sendo posteriormente condenado por corrupção. O ex-presidente foi acusado, ainda, de genocídio e crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).