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Apesar de proibição, EUA continuarão a enviar hidroxicloroquina ao Brasil

Agência revogou autorização para uso do medicamento em território americano; Donald Trump disse não entender como isso era possível

Por Da Redação
Atualizado em 16 jun 2020, 09h48 - Publicado em 16 jun 2020, 08h59

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira 15 que o país enviará mais doses de hidroxicloroquina ao Brasil, apesar de uma agência do governo americano ter revogado sua autorização para que o fármaco seja usado no tratamento da Covid-19.

Trump fez a declaração na Casa Branca em uma mesa de debate com vários funcionários do governo chamada “Lutando pelos Sêniores da América”. Questionado por uma jornalista se os Estados Unidos continuariam a enviar hidroxicloroquina para o Brasil e outros países, ele respondeu afirmativamente.

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“Sim, eles pediram, e nós vamos enviar. Não posso reclamar, eu tomei por duas semanas e aqui estamos”, afirmou. Trump acrescentou que não tinha conhecimento do relatório da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), que hoje revogou sua autorização para o uso emergencial da hidroxicloroquina e da cloroquina contra a Covid-19, por considerar que provavelmente não são eficazes.

O FDA, órgão equivalente à Anvisa no Brasil, se baseou em estudos que mostram que não há evidências de que o uso via oral destes medicamentos sejam eficientes para tratar as complicações respiratórias da Covid-19.

Dirigindo-se ao Secretário de Saúde dos Estados Unidos Alex Azar, Trump disse não entender como isso era possível com tantas “pessoas felizes” com resultados da hidroxicloroquina. “Temos ótimas notícias vindas da França, da Espanha, de outros países”, disse o presidente americano.

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Azar ressaltou que, sob instruções do presidente, seu departamento continuou a estudar o efeito do medicamento nos estágios iniciais da doença e que os dados negativos obtidos foram de pacientes em estado muito grave. Trump apontou então que esses pacientes estavam em estado grave e que não iriam se recuperar de qualquer forma.

“Tudo o que sei é que temos relatórios fantásticos, e muitas pessoas me disseram que acham que a hidroxicloroquina salvou suas vidas”, disse Trump.

O presidente americano lembrou que havia tomado o medicamento por duas semanas como medida preventiva. “Tomei, me senti bem tomando, não sei se teve efeito, mas certamente não me prejudicou”, concluiu.

O presidente Jair Bolsonaro é outro grande entusiasta da cloroquina. Sua insistência em flexibilizar o uso do medicamento culminou no pedido de demissão do então ministro da Saúde Nelson Teich após menos de 30 dias no cargo. A queda de braço também influenciou na demissão de seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta. Teich atribuiu sua saída à recusa de assinar o novo protocolo.

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O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda que publicará orientações acerca do uso de cloroquina, hidroxicloroquina em combinação com o antibiótico azitromicina, no tratamento de crianças e gestantes em estágios iniciais da infecção pelo novo coronavírus.

O documento será uma atualização da nota já publicada no dia 20 de maio que deu orientações sobre o uso do remédio para casos leves. Apesar da publicação da pasta, a decisão final do uso (ou não uso) do fármaco cabe ao médico em concordância com o paciente.

(Com EFE)

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