Apesar de crise energética, UE renova sanções contra a Rússia até 2023
Os ministros aprovaram um projeto de lei europeia destinado a reduzir a demanda por gás em 15% de agosto a março
A União Europeia decidiu nesta terça-feira, 26, renovar suas sanções contra a Rússia por mais seis meses, até o final de janeiro de 2023.
A decisão, uma formalidade tomada pelos ministros da Energia da do bloco, refere-se a sanções que foram introduzidas pela primeira vez em 2014 e ampliadas significativamente após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro deste ano.
Os ministros aprovaram um projeto de lei europeia destinado a reduzir a demanda por gás em 15% de agosto a março.
A nova legislação implica medidas nacionais voluntárias para reduzir o consumo de gás e, se resultarem em economias insuficientes, um gatilho para movimentos obrigatórios no bloco de 27 membros.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou a medida, dizendo que “a União Europeia deu um passo decisivo para enfrentar a ameaça de uma interrupção total do gás pelo [presidente russo Vladimir] Putin”.
Os estados-membros do bloco concordaram com o plano em um ato de solidariedade com a Alemanha e uma resposta à Rússia, que eles acusam de usar energia como arma de guerra.
O plano terá exceções e exclusões, já que alguns países se recusaram a fazer um sacrifício muito amplo por Berlim, e outros não possuem litoral – não podem receber petróleo ou gás liquefeito via mar.
Mas a Hungria foi o único estado-membro a se opor ao plano, aprovado por maioria. O Conselho de Ministros da União Europeia saudou o acordo como uma vitória para a unidade do bloco.
“Em um esforço para aumentar a segurança do fornecimento de energia da União Europeia, os estados membros chegaram hoje a um acordo político sobre uma redução voluntária da demanda de gás natural em 15% neste inverno”, disse o conselho.
“O regulamento do conselho prevê ainda a possibilidade de desencadear um ‘alerta sindical’ sobre a segurança do abastecimento, caso em que a redução da procura de gás se tornaria obrigatória”, continua o comunicado.
A gigante de energia russa Gazprom disse que vai cortar as entregas diárias de gás para cerca de 20% da capacidade a partir de quarta-feira, 27.