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Antes de posse de Trump, PT e PSOL vão aos EUA para reuniões da esquerda

Missão parlamentar em Washington D.C. quer reforçar compromisso com ação climática e democracia; deputados encontrarão Bernie Sanders

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 dez 2024, 11h10

Deputados brasileiros do PT, PSOL e Rede deram a largada nesta quarta-feira, 4, a uma missão parlamentar que irá a Washington, D.C, para reforçar a colaboração entre Brasil e Estados Unidos em pautas caras à esquerda, como ação climática, compromisso com a democracia e desenvolvimento sustentável. A empreitada, que vai até o dia 6 de novembro, contará com encontros com líderes da ala progressista americana, como o senador Bernie Sanders, de Vermont, antes da posse do republicano Donald Trump.

A missão, promovida pela Plataforma CIPÓ, instituto independente de pesquisa focado em clima, em parceria com o Washington Brazil Office (WBO) e a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência, verá uma série de reuniões de alto nível, além de atividades no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no Banco Mundial, na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, no Departamento de Estado americano, no Congresso e na embaixada do Brasil em Washington. A iniciativa conta com apoio da Fundação Heinrich Böll e do Instituto Clima e Sociedade (ICS).

Do lado brasileiro, já estão confirmadas as presenças dos deputados federais Célia Xakriabá (PSOL-MG), Dandara (PT-MG), Túlio Gadelha (Rede-PE) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). A expectativa é de que outros dois congressistas se somem à comitiva, que se reunirá com o autointitulado socialista Sanders.

Como resultado da empreitada, está previsto para o fim da semana o lançamento do policy brief “Diplomacia Parlamentar para a Ação Climática e o Desenvolvimento Sustentável: Desafios e Oportunidades”. O manual apresenta um diagnóstico das oportunidades e desafios para fortalecer a diplomacia parlamentar brasileira em fóruns internacionais, como o G20 e as COPs do clima, e traz recomendações concretas para ampliar a participação de legisladores nesses espaços.

Trump à espreita

A missão ocorre em um momento crítico. Além da ameaça de Trump de retirar dos Estados Unidos novamente do Acordo de Paris, os fracos resultados da COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, colocam em risco a capacidade dos países de promover transições a economias verdes e conter o aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.

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“Esse cenário reforça a urgência de fortalecer a liderança e cooperação entre parlamentares comprometidos com a promoção de políticas climáticas ambiciosas, tanto em seus próprios países quanto no cenário internacional”, disse a Plataforma CIPÓ em comunicado.

Em paralelo, a missão levantou o avanço de “discursos antidemocráticos” e a “crescente articulação de atores de extrema direita” como pontos de atenção, citando como exemplo a mobilização expressiva de parlamentares brasileiros ultraconservadores para a posse de Trump, em 20 de janeiro.

“É urgente de intensificar os canais de diálogo e cooperação entre Brasil e Estados Unidos, especialmente entre atores-chave comprometidos com a defesa da democracia, dos direitos humanos e da preservação do meio ambiente”, acrescentou o comunicado.

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A missão destacou três principais objetivos:

  1. Fortalecer o compromisso com a ação climática e o desenvolvimento sustentável no caminho até a COP30. A iniciativa visa ampliar o apoio parlamentar, tanto nacional quanto internacional, para criar um ambiente mais favorável à adoção de compromissos ambiciosos e robustos durante as negociações climáticas da ONU de 2025, em Belém.
  2. Promover a implementação, nos parlamentos do Brasil e dos EUA, dos compromissos assumidos internacionalmente por ambos os países, incluindo aqueles da Declaração de Líderes do G20 do Rio de Janeiro, com foco no combate à fome e à pobreza, na transição para uma economia sustentável e na reforma da governança global.
  3. Fortalecer as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, promovendo um intercâmbio de ideias e experiências entre atores-chaves nas áreas de clima, democracia e direitos humanos. Esta cooperação visa identificar sinergias e impulsionar estratégias para frear retrocessos e fortalecer legislações e iniciativas que promovam avanços nessas áreas, buscando superar os desafios políticos enfrentados em níveis nacional e internacional por ambos os países.
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