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Ano de 2017 foi o mais letal para crianças na Síria, diz Unicef

Pelo menos mil crianças já morreram ou ficaram feridas no país em 2018

Por Da redação
Atualizado em 13 mar 2018, 23h31 - Publicado em 13 mar 2018, 22h38

Um relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou que 2017 foi o ano em que mais crianças morreram na Síria, cerca de 50% a mais que no ano anterior. Segundo o documento, foram 910 mortes entre janeiro e dezembro, contra as 652 registradas em 2016.

Além disso, desde o começo de 2018, ao menos mil crianças já morreram ou ficaram feridas no conflito.

Em entrevista coletiva em Beirute, capital do Líbano, representantes do Unicef assinalaram que 360 crianças ficaram feridas em 2017 e muitas delas sofreram lesões permanentes, como a amputação de extremidades por explosões de bombas e outros artefatos.

O órgão da ONU advertiu que o número de feridos poderia ser ainda maior, pois só conseguiu verificar alguns casos e os números reais provavelmente são maiores. Um dos casos que a Unicef pôde verificar foi o de Sami, de 14 anos, original da cidade síria de Deraa e atualmente refugiado na Jordânia, que perdeu suas duas pernas pelo impacto de um projétil próximo de sua casa.

O uso de armas explosivas e os ataques indiscriminados contra áreas muito povoadas faz com que as crianças sejam 25% do total de mortos na Síria, onde 3 milhões de menores de idade estão ameaçados por minas e outros artefatos explosivos.

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“Em conflito, as crianças com deficiência estão entre as mais vulneráveis”, disse em comunicado Geert Cappelaere, Diretor Regional da Unicef para o Oriente Médio e África do Norte. “Elas muitas vezes exigem tratamento e serviços especializados. Como crianças, suas necessidades diferem das dos adultos. Sem acesso a serviços, escolas e produtos de assistência como cadeiras de rodas, muitas crianças com deficiência enfrentam um risco muito real de exclusão, negligência e estigmatização à medida que o conflito continua”.

De acordo com o relatório, mais de 1,5 milhão de pessoas vivem com deficiências permanentes relacionadas à guerra, incluindo 86.000 pessoas que perderam membros.

Mais de 300 mil mortos em 7 anos

Na próxima quinta-feira, a guerra na Síria completa sete anos e, segundo a última apuração do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), pelo menos 353.935 pessoas morreram neste período. De acordo com o órgão, cerca de um terço desse número corresponde a civis, ou 106.390 vítimas, das quais 19.811 eram menores de idade e 12.513, mulheres.

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Além disso, o OSDH documentou a morte de 59.424 sírios e 63.360 estrangeiros que combatiam em grupos rebeldes e islamitas, como o Estado Islâmico (EI) e o antigo braço sírio da Al Qaeda.

Já entre as forças leais ao presidente sírio, Bashar Assad, morreram 63.820 militares, 48.814 milicianos sírios, 1.630 membros do grupo xiita libanês Hezbollah e outros 7.686 estrangeiros xiitas.

Entre as mortes documentadas pelo OSDH há 196 pessoas cujas identidades são desconhecidas e 2.615 desertores.

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Além disso, o paradeiro de 5.200 civis e combatentes sequestrados pelo EI ainda é desconhecido, assim como 4.700 prisioneiros e desaparecidos pertencentes às forças governamentais e os 2.000 reféns que estão em poder das distintas facções.

O OSDH calcula que, além das mortes verificadas, poderia haver outros 100.000 mortos, uma informação que o grupo não pôde confirmar devido ao sigilo que as partes em conflito mantêm sobre suas baixas e a dificuldade de acesso a algumas regiões.

A ONG acrescentou que o governo de Assad controla atualmente 57,57% do território sírio, enquanto as Forças da Síria Democrática (FSD), milícias lideradas por curdos, dominam 26,8%.

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Diferentes facções islâmicas e rebeldes possuem 12,7% do terreno; já as forças turcas, que iniciaram uma ofensiva no norte do país em 20 de fevereiro, assumiram o controle de 1,9% da Síria; o Estado Islâmico (EI) controla uma parte marginal do restante do país.

(Com EFE)

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