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Agência de Energia Atômica cita ‘danos significativos’ em usina no Irã após ataque dos EUA

Além de Fordow, a operação americana atingiu a usina de enriquecimento maior, em Natanz, e um complexo de pesquisa nuclear em Isfahan

Por Paula Freitas SEGUIR SEGUINDO , Amanda Péchy SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 23 jun 2025, 10h22 - Publicado em 23 jun 2025, 10h21

O diretor-geral da da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi. 23/06/2025 (Joe Klamar/AFP)

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, disse nesta segunda-feira, 23, que “espera-se que tenham ocorrido danos muito significativos” na instalação nuclear subterrânea de Fordow, no Irã, devido aos ataques dos Estados Unidos no sábado. Além de Fordow, a operação americana atingiu a usina de enriquecimento maior, em Natanz, e um complexo de pesquisa nuclear em Isfahan, onde se acredita que o Irã estoca material radioativo.

“No momento, ninguém – incluindo a AIEA – está em condições de avaliar completamente os danos subterrâneos em Fordow. Dada a carga explosiva utilizada e a extrema sensibilidade das centrífugas à vibração, espera-se que tenham ocorrido danos muito significativos”, afirmou.

“Na instalação nuclear de Esfahan, outros edifícios foram atingidos, com os EUA confirmando o uso de mísseis de cruzeiro. Entre os edifícios afetados estão alguns relacionados ao processo de conversão de urânio. Também neste local, as entradas dos túneis usados para o armazenamento de material enriquecido parecem ter sido atingidas”, acrescentou ele.

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Apelo à ‘máxima contenção’

Grossi informou que, segundo o Irã, não houve aumento nos níveis de radiação externos em nenhuma das três instalações. Ele destacou que “ataques armados a instalações nucleares nunca devem ocorrer e podem resultar em liberações radioativas com consequências graves dentro e fora das fronteiras do Estado que foi atacado”.

O chefe da AIEA apelou à “máxima contenção”, uma vez que a “escalada militar não só ameaça vidas, como também nos atrasa na via diplomática”. Grossi também disse que “Irã, Israel e o Oriente Médio precisam de paz”.

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“O peso deste conflito corre o risco de colapsar o regime global de não proliferação nuclear”, advertiu ele. “Mas ainda há um caminho para a diplomacia. Devemos segui-lo, caso contrário, a violência e a destruição poderão atingir níveis inimagináveis e o regime global de não proliferação, que sustentou a segurança internacional por mais de meio século, poderá ruir e cair.”

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Ataques de Israel

Israel realizou um novo ataque à instalação nuclear de Fordow, uma planta subterrânea de enriquecimento de urânio ao sul de Teerã, informou a agência de notícias AFP citando um veículo de comunicação do Irã. A investida vem após um bombardeio dos Estados Unidos ao local, que aumentou tensões na guerra aérea que abala o Oriente Médio há dez dias.

“O agressor atacou novamente a instalação nuclear de Fordow”, informou a agência de notícias iraniana Tasnim, citando um porta-voz da autoridade de gerenciamento de crises na província de Qom, onde a usina está localizada.

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O exército israelense confirmou o bombardeio a Fordow, dizendo que seu objetivo era obstruir as rotas de acesso à usina de enriquecimento que abriga laboratórios a 80 quilômetros de profundidade em cavernas sob formações montanhosas.

Enquanto isso, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que o Exército do país estava atacando alvos no centro de Teerã com “intensidade sem precedentes”. Um dos locais atingidos foi a Prisão de Evin, que, segundo ele, abriga prisioneiros políticos e opositores da República Islâmica. É considerado um dos símbolos mais poderosos do sistema de governo iraniano.