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Advogados de Trump chamam de ‘precedente perigoso’ eventual impeachment

Defensores do presidente afirmam que senadores podem tirar direito do eleitor americano de escolher o próximo ocupante do cargo

Por Da Redação 25 jan 2020, 20h56

O processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a um momento-chave: sua defesa iniciou as argumentações no Senado americano, onde o ambiente é menos desfavorável do que foi a Câmara. Neste sábado 25, em que utilizaram apenas duas horas da sessão, os advogados tentaram convencer os senadores – e a opinião pública – de que os democratas buscam subverter as eleições americanas, rasgando as cédulas eleitorais, tratando o processo iniciado em setembro do ano passado como ilegítimo. Este ano, o eleitor americano retornará às urnas, e o presidente americano tentará a reeleição.

Basicamente, a defesa tentou carregar nas tintas, ao tratar como “precedente perigoso”, a possibilidade de o Congresso americano, como definiram, impedir o eleitor de exercer o direito a dar sua opinião sobre Trump, declarando-o culpado e o destituindo do cargo. “É muito, muito perigoso”, repetia Pat A. Cipollone, conselheiro da Casa Branca.

Na última quinta-feira, os democratas haviam aumentado a pressão no julgamento, utilizando palavras de aliados do Trump para reforçar o argumento de que suas ações representam irregularidades dignas de um impeachment. O movimento surtiu pouco efeito, porque os senadores republicanos não deram sinais de que podem se voltar contra o presidente.

Os deputados democratas, que servem como procuradores no julgamento no Senado, já apresentaram as argumentações usadas para a abertura do processo, fazendo um apelo aos senadores para a condenação do presidente em duas acusações principais: abuso de poder e obstrução do Congresso.

A constituição dos Estados Unidos estabelece que um processo de impeachment pode ser aberto para remover um mandatário que cometa “crimes e contravenções graves”. A equipe de defesa de Trump argumenta que as acusações feitas antes na Câmara são inválidas, pois precisariam representar uma violação específica da lei criminal.

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Os democratas defenderam durante esta semana que Trump deveria ser afastado do cargo por pressionar a Ucrânia a investigar irregularidades cometidas pelo vice-presidente Joe Biden, um dos principais pré-candidatos à presidência americana, e depois de tentar encobrir o feito, impedindo uma investigação no Congresso. Para Cipollone, defensor de Trump, “o presidente não fez absolutamente nada de errado”.

A Câmara dos Deputados americana, liderada pelos democratas, aprovou o impeachment de Trump há um mês. No Senado, porém, é provável que o presidente americano seja absolvido, uma vez que é preciso maioria de dois terços dos votos para a sua remoção do cargo. Nenhum senador republicano afirmou ser favorável à sua saída.

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