A onda de desinformação nas redes sociais após morte do papa Francisco
Agência de checagem compilou notícias falsas ou enganosas que abrangem desde declarações sobre guerra até supostos rituais satânicos

Uma onda de desinformação se espalhou pelas redes sociais após a morte do papa Francisco, mostrou uma análise do grupo de checagem de fatos da agência de notícias Agence France-Presse (AFP) divulgada terça-feira, 6. As notícias falsas ou enganosas abrangem uma variada gama de assuntos, desde declarações sobre guerra na Faixa de Gaza até supostos rituais satânicos atrelados ao Santo Padre, que faleceu em decorrência de um AVC dentro de um contexto de um grave problema cardiorrespiratório em 21 de abril.
Ao longo dos seus 12 anos de papado, Francisco foi alvo de conteúdos mentirosos e foi uma voz ativa contra a desinformação, alertando aos religiosos: “Mesmo uma distorção aparentemente leve da verdade pode ter efeitos perigosos”. Apesar das advertências, publicações enganosas sobre o argentino de 88 anos se proliferaram com o seu falecimento. Entre elas, está uma que alega que Francisco apelou por um cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo palestino radical Hamas na sua última aparição pública.
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É verdade que o papa tratou, em diferentes ocasiões, sobre a gravidade do conflito. Ele, inclusive, mantinha contato diário com a única igreja católica em Gaza e ordenou que o papamóvel fosse transformado em uma clínica móvel para atender crianças palestinas. O vídeo que embasa a declaração, no entanto, não foi gravado no último contato de Francisco com os fiéis, mas em dezembro de 2023, durante a oração do Angelus, mostrou a agência.
Um post também mostrou que supostamente pessoas hastearam bandeiras da Palestina na Praça de São Pedro, no Vaticano, durante o funeral. O conteúdo é falso, já que o episódio aconteceu na mensagem de Natal de Francisco em 2023. Outro vídeo afirma que um ritual “diabólico” foi realizado no velório do pontífice, em 25 de abril, com uma procissão de pessoas vestidas com capuzes pretos. Na verdade, segundo a AFP, trata-se de um grupo religioso espanhol numa comemoração da Semana Santa no ano passado, na cidade de Cartagena.