Fé e vida
Aquilo que é do homem sempre nasce de alguma coisa preexistente

Eclesiastes 11: 4-5
“Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará. Assim como não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas.”
O movimento do vento ou das nuvens: é o movimento que a razão deslinda, com início, meio, termo. É o movimento do visível, onde entra o raciocínio humano. Mas o ato de semear no Espírito não é mensurável, nem observa a oscilação da natureza, ou o raciocínio. Porque agimos pela fé, que “é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem” (Hebreus, 11:1). O fundamento é “a pedra viva”, o Senhor Jesus, começo e fim de nossa fé. E por crer Nele e no poder da Palavra, que Ele é, o que esperamos, já determinamos e o que não vemos, exsurge na concreção do mundo. E diz o Livro de Jó: “Determinando tu algum negócio, uma luz brilhará em teus caminhos” (Jó, 22:28). Porque vivemos com a fé, noutra dimensão, saindo da obra criadora, (biológica e mortal), para a Obra Redentora que vislumbra a perenidade. Ao viver na Revelação, na claridade da Palavra em Deus, já contemplamos além do véu, além da aparência das coisas. O que é do homem, sempre nasce de alguma coisa preexistente. O Poder de Deus faz nascer do nada. Como ocorreu com Moisés que viu codornizes no deserto para alimento do povo, ou sair água da penha, para saciar-lhe a sede (Salmo 105: 40-41).
A razão filosófica pode mudar as formas de pensamento, as doutrinas se limitam e se imaginam nas doutrinas. A ciência e a filosofia se organizam da dúvida. Só a Palavra de Deus, pela operação do Espírito Santo na fé pode trazer mudança de vida.
E nesta atribulada hora, de distanciamento social, em que desce espessa treva sobre o mundo, cercado pela pandemia, há luz na casa dos que buscam e servem ao Deus vivo (Êxodo, 10:21-22), nessa oportunidade de maior intimidade com Ele. E como estamos na Obra Redentora (que salta para a Eternidade), nossa experiência – insisto – é com o Deus do Impossível, esse impossível que apenas dorme e não tem concorrência. Há que exercitar, portanto, uma fé audaciosa, não apenas da habitação do Senhor em nós, mas avançar no território do milagre e dos sinais, com novo Avivamento nesta Última Hora, em que Deus busca seus escolhidos, onde estiverem. Aproxima-se o Arrebatamento e o tocar da Quarta Trombeta, cumprindo-se o Apocalipse e o Encontro com o Rei nos ares. E a ordem é a mesma que Moisés ouviu do Altíssimo: Diga ao povo que marche! (Êxodo, 14: 15). E o mar do espaço da Eternidade se abrirá.
Isaías 21:12
“E falou o guarda: Vem a manhã e também a noite”.
Na manhã, antes da grande Noite, subiremos.

Sobre o autor:
Pr. Carlos Nejar – Do Grupo “Ciência e Fé”, da Igreja Cristã Maranata. É escritor e membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filosofia.