CEO do Rio2C: ‘Dá para inovar sem tecnologia, mas não sem criatividade’
Em conversa com VEJA, Rafael Lazarini revela bastidores do evento e reflete sobre caminhos para um futuro consciente
Maior encontro de criatividade da América Latina, o Rio2C acontece na Cidade das Artes entre os dias 4 e 9 de junho. Em 2023, foram mais de 40 mil pessoas circulando entre palcos em busca de insights e inspirações. Este ano, os painéis trazem debates urgentes sobre crise climática, redes sociais e inteligência artificial. Rafael Lazirini, idealizador do evento, conversou com VEJA:
O tema da edição 2024 é “The Age of Awareness” (“A era da consciência). Como chegaram a essa frase?
O DNA do evento é conectar várias temáticas que parecem distantes, estranhas entre si, mas que achamos que na verdade estão interligadas. ‘It’s all connected’, é o slogan que norteia todas as edições. Neste ano, depois de muita curadoria, chegamos a uma reflexão sobre consciência. Cada vez é mais urgente a gente perceber que tudo o que fazemos tem consequências e afeta outras pessoas. Precisamos entender nosso papel como indivíduos na sociedade de forma mais ampla. Afinal, está tudo conectado.
Quais são as novidades do evento este ano?
São 1600 palestrantes, mais de 700 painéis e 14 palcos principais. Criamos dois palcos novos dedicados ao audiovisual e um sobre música. Em 2024 vamos falar muito sobre a profissionalização do influencer. Convidamos grandes nomes como Casimiro e Blogueirinha.
E a nível internacional, quem serão os principais palestrantes?
Teremos importantes figuras do audiovisual, como Lon Leshem, criador de Euphoria, e o Caleeb Pinkett, produtor de MIB3. Estarão presentes também a Mary Coe, primeira mulher à frente do Youtube, e a Jody Gerson, CEO da Universal Music.
Vai ser a edição com mais painéis protagonizados por mulheres?
Sempre temos preocupação com inclusão e diversidade. Mas esse vai ser, sim, o ano com mais convidadas com cargos de liderança de empresas internacionais.
Como será tratado o avanço da inteligência artificial?
Para dizer a verdade, pensamos em criar uma área específica para a IA. Mas é um tema tão abrangente, que afeta nossa vida em múltiplos aspectos, que achamos que ela deve ser tratada em todos os painéis. A inteligência artificial tem a ver com música, com cinema, com meio ambiente…
Quais reflexões o Rio2C quer provocar no público em 2024?
O próprio tema “A era da consciência” é um chamado. Queremos despertar as pessoas para o que está acontecendo no mundo. Existe uma tragédia no Sul em curso, mas também há catástrofes em vários locais do planeta. Precisamos pensar sobre isso e levar a sério. Não temos a pretensão de trazer uma verdade única, mas levantar questionamentos e, quem sabe, inspirar.