Visita ao Cristo e ‘mentalidade vencedora’: a expectativa do brasileiro que trouxe Ancelotti para a seleção
Para o empresário Diego Fernandes, de 39 anos, técnico italiano tem tudo para reconectar a Canarinho com o seu torcedor

Elo fundamental para a contratação de Carlo Ancelotti como técnico da seleção, o empresário Diego Fernandes foi o responsável por fazer a ponte entre o italiano, o Real Madrid e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) durante a negociação. Vestido com um modelo retrô da Amarelinha, Fernandes embarcou em Madri no fim de semana ao lado do técnico, e acompanhou já em solo carioca a calorosa recepção que Ancelotti recebeu. A cena, para ele, mostrou que o país “está de braços abertos” para acolher o treinador, que reacende a esperança de reconectar a Canarinho com o seu torcedor.
Aos 39 anos, Fernandes é sócio e CEO da 08 Partners, empresa que conduziu a parte financeira e burocrática da transação. Ancelotti tem contrato para comandar a seleção até o fim da Copa do Mundo de 2026, e chega com o único objetivo de vencer a competição. Até a apresentação do técnico, que reuniu jornalistas de todo o mundo no Rio de Janeiro, na última segunda-feira, 26, contudo, o caminho foi longo.
“Foi uma negociação que durou cerca de dois meses, como ocorre com decisões importantes dessa magnitude. O diferencial foi a oportunidade de liderar a maior seleção do mundo, ele tinha esse desejo. Nosso papel foi garantir transparência, alinhar expectativas e demonstrar o compromisso real com nossa seleção”, explicou o empresário.
Nesse período, em meio ao desempenho irregular do Brasil nas Eliminatórias — que inclui a dura derrota por 4 a 1 para a Argentina, no fim de março — e à confusão política na CBF, foram muitas conversas entre Fernandes e Ancelotti. Dias depois de o italiano ser anunciado, o presidente da entidade com quem tratava, Ednaldo Rodrigues, foi retirado do cargo após decisão judicial. Ainda assim, a postura do técnico foi de “muito profissionalismo”.
Para o futuro, o empresário planeja uma agenda especial com o treinador. “Quero muito ir com ele ao Cristo Redentor, um lugar sagrado para nós brasileiros”, explica. Quanto mais Ancelotti conhecer símbolos, culinária e as diferentes regiões do Brasil, mais integrado estará com seu grupo e mais facilmente poderá reavivar a paixão do brasileiro com sua seleção, na visão de Fernandes.
“Ancelotti traz respeito, experiência e uma mentalidade vencedora, o que já melhora o clima em torno da Seleção. Reconquistar a torcida virá com o tempo. O brasileiro quer torcer, só precisa voltar a acreditar. A receptividade que ele teve mostra que o país está de braços abertos para recebê-lo com união, torcida e esperança”, projeta.
A prioridade neste momento, contudo, está no campo de jogo. Quarto colocado nas Eliminatórias com 21 pontos, o Brasil busca selar o quanto antes a provável classificação ao campeonato mundial. Para isso, a seleção vai se apresentar no dia 2 de junho na capital paulista, onde vai treinar por dois dias no CT Joaquim Grava, do Corinthians. Depois, viaja até a cidade de Guayaquil, onde treinará por mais um dia antes de enfrentar, dia 5, a seleção do Equador.